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183 pessoas desaparecem por dia no Brasil, aponta relatório

Por Dentro De Tudo:

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O número é alarmante. Todos os dias, em média, 183 pessoas desaparecem no Brasil. Esse número foi divulgado pelo Fantástico, da Rede Globo, e é de um relatório inédito do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Ele compila dados de todas as Secretarias de Segurança Pública do Brasil entre 2019 e 2021 e, quando se compara com outras catástrofes, mostra o real problema que o país vive. É como se todos os dias sumisse um avião inteiro no Brasil.

Definição de desaparecimento

Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, define o desaparecimento de pessoas em três tipos:

  • Voluntário: quando maior de idade, sai de casa por vontade própria e se distancia da família.
  • Involuntário: uma pessoa que se afasta de seus familiares e não tem condição de retomar a vida, seja por transtorno mental, ou seja vítima de acidente ou de tragédia ambiental.
  • Forçado: São aqueles que provem de algum tipo de violência. Tem também trabalho escravo e também tráfico de pessoas.

Importância do Poder Público na solução

Seja qual tipo de desaparecimento for, Samira Bueno reforça que a investigação é importante. “Mesmo que seja um desaparecimento voluntário, a família tem que saber sobre o desaparecimento de seu ente querido. E por isso é importante que o Estado ajude”, destaca.

No entanto, há um grande problema para que o Poder Público consiga agir e investigar um desaparecimento de forma ágil: não há uma central de dados no Brasil. Ou seja, não é possível cruzar o desaparecimento de uma pessoa em Minas Gerais com sua presença em São Paulo.

“Hoje o que existe é um banco de pessoas desaparecidas, mas ele não tem foto nem descrição das pessoas desaparecidas. Na prática, ele não ajuda em nada. É só uma lista de pessoas desaparecidas”, reforça Samira Bueno.

O perfil dos desaparecidos

A maioria dos casos de desaparecimento no Brasil são de adolescentes e jovens. No levantamento, mostra que 29,3% das pessoas que somem no país têm entre 12 e 17 anos. E outros 14% tem entre 18 e 24 anos. Dentre essa faixa etária, os pretos e pardos são maioria.

“Estamos falando de um perfil de um adolescente ou um jovem em situação de vulnerabilidade, que torna ainda mais difícil para as família fazer essa busca porque depende exclusivamente do Estado”, destaca Samira, que reforça a importância do trabalho da Segurança Pública para solucionar estes casos.

“Esse é o perfil dos homicídios também no Brasil. Isso faz com que isso ser importante pauta para as polícias. Isso pode ser um sequestro, uma tentativa de homicídio. Se a polícia trabalha nas primeiras horas, fica mais fácil”, reforça Samira Bueno.

Desaparecimento não é crime

Como o desaparecimento não é um crime, as autoridades acabam não priorizando a localização. “Como a maioria são jovens, as primeiras horas são tratadas como uma revolta juvenil. Mas esse julgamento não cabe às autoridades”, destaca a diretora-executiva.

Mas além da questão cultural, a limitação do trabalho também precisa ser levado em conta. “Temos que reconhecer a limitação que esses atores têm por falta de informação. Essa busca fica muito limitada. Se a pessoa mudou de Estado, fica difícil. Não há uma base integrada de RG, por exemplo. Você pode tirar um RG diferente em outro Estado. Então, esse é o grande desafio quando falamos de base de dados que são públicas”, completa.

Fonte: Itatiaia.

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