Lula embarca para os EUA e deve mandar recados a Trump em discurso na ONU

Por Dentro De Tudo:

Compartilhe

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarca neste domingo (21) para Nova York, onde fará na terça-feira (23) o tradicional discurso de abertura do debate de líderes da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Esta é a primeira viagem de Lula aos Estados Unidos desde que o presidente Donald Trump impôs uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros, medida que aumentou as tensões diplomáticas entre os dois países.

O discurso de Lula, que ainda está em finalização, deve defender a democracia, o multilateralismo e a reforma da ONU, além de reforçar críticas às tarifas impostas pelos Estados Unidos. A expectativa é de que, mesmo sem citar Trump diretamente, o presidente brasileiro envie recados sobre soberania nacional e reconheça a independência do Supremo Tribunal Federal no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. Lula também deve abordar a preservação ambiental e a transição energética, destacando a realização da COP30 em novembro, no Brasil. Outro ponto de sua fala deve tratar das guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza, reiterando o apelo por um cessar-fogo imediato.

Além do discurso, a viagem terá uma agenda paralela. Na segunda-feira (22), Lula participará de uma conferência organizada por França e Arábia Saudita sobre a situação na Faixa de Gaza e a solução de dois Estados. Na terça-feira, ao lado do secretário-geral da ONU, António Guterres, ele estará em um evento sobre clima, que busca incentivar compromissos internacionais voltados à COP30. Já na quarta-feira (24), Lula liderará, junto aos presidentes do Chile, Gabriel Boric, e da Espanha, Pedro Sánchez, a segunda edição do encontro “Em Defesa da Democracia”, com debates sobre o fortalecimento das instituições, o combate ao extremismo e à desinformação.

A comitiva brasileira contará com ministros como Mauro Vieira, das Relações Exteriores, Marina Silva, do Meio Ambiente, Ricardo Lewandowski, da Justiça, além de Celso Amorim, assessor especial da Presidência, e da primeira-dama Janja da Silva. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, havia sido convidado, mas desistiu da viagem após os Estados Unidos imporem restrições à sua circulação, o que ele classificou como uma afronta.

Há possibilidade de que Lula e Trump se encontrem nos corredores da ONU, uma vez que ambos falarão na mesma sessão da Assembleia Geral. A tensão entre os dois governos promete marcar não apenas os discursos, mas também os bastidores do evento em Nova York.

Fonte: g1 Política

Crédito da foto: Reuters / Eduardo Munoz

Encontre uma reportagem