Médica que denunciou violência psicológica morre após passar mal em reunião em Belo Horizonte

Por Dentro De Tudo:

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A morte da médica de saúde da família Maggy Lopes da Costa, de 66 anos, gerou comoção em Belo Horizonte e levantou debates sobre a crescente violência sofrida por profissionais da área. Maggy atuava no Centro de Saúde Ventosa, onde trabalhava há 12 anos, e passou mal durante uma reunião em que denunciava agressões psicológicas, ameaças e difamações feitas por um paciente.

Segundo relatos, ela precisou deixar o encontro e sofreu uma parada cardiorrespiratória. Apesar de ter sido reanimada, ficou internada e não resistiu, vindo a falecer na última sexta-feira (19). O corpo foi enterrado neste sábado (20) no Cemitério Bosque da Esperança, na capital mineira.

Durante a reunião, organizada para que profissionais relatassem situações de violência no exercício da função, a médica afirmou estar sendo exposta de maneira “antiética e ilegal” em reuniões da comunidade e nas redes sociais. Colegas relatam que a pressão aumentou depois que ela se recusou a emitir um laudo de autismo para o filho de um paciente, explicando que tal avaliação depende de uma equipe multiprofissional.

O Sindicato dos Médicos de Minas Gerais repudiou o episódio e destacou a gravidade da violência contra profissionais da saúde. Apenas no primeiro semestre deste ano, foram registradas mais de 600 ocorrências em unidades da rede municipal, média de três casos por dia, incluindo episódios de agressão verbal, psicológica, física, patrimonial e até assédio sexual.

O vereador Bruno Pedralva (PT), que acompanhava a reunião, afirmou que Maggy foi vítima de perseguição e desrespeito, destacando que a exposição pública de condutas médicas fragiliza o exercício da profissão. Em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte lamentou a morte da profissional, expressou solidariedade a familiares e amigos, e reforçou que mantém serviços de apoio psicológico para trabalhadores da rede de saúde.

A entidade sindical ainda criticou a proposta da prefeitura de retirar guardas municipais das unidades, alegando que a medida enfraqueceria a segurança em locais já vulneráveis. O caso trouxe à tona o cenário de risco enfrentado diariamente por médicos e demais profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS) na capital mineira.

Fonte: g1 Minas

Foto: Arquivo pessoal / Reprodução

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