A Justiça de Minas Gerais condenou o Cruzeiro e a torcida organizada Máfia Azul ao pagamento de R$ 100 mil em indenização por danos morais à mãe de Mateus Freitas Ferreira, torcedor do Atlético-MG morto após uma emboscada em novembro de 2021. A decisão é da 22ª Vara Cível da Comarca de Belo Horizonte e determina que clube e torcida respondam de forma solidária, ainda que o Cruzeiro não tenha participado diretamente do ataque. Cabe recurso.
Em agosto deste ano, o pai do jovem já havia recebido indenização no mesmo valor. Além do pagamento, os réus deverão arcar com custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% da condenação.
O crime ocorreu quando cerca de 30 integrantes da Máfia Azul cercaram um ônibus da linha 6350, que transportava aproximadamente 45 torcedores atleticanos, na região do Barreiro, em Belo Horizonte. O ataque foi realizado com paus, barras de ferro, foguetes e coquetéis molotov. Mateus, de 20 anos, tentou escapar, mas foi perseguido, espancado e não resistiu aos ferimentos.
Na ocasião, 11 pessoas ficaram feridas. Dois dias depois, Mateus teve morte cerebral confirmada. A polícia identificou que todos os acusados eram integrantes da Máfia Azul, incluindo o então presidente da torcida.
Em maio de 2023, dois dos envolvidos no homicídio, Walker Marcelino Gouveia Lopes e Gustavo Luiz da Silva, foram condenados a 56 e 61 anos de prisão, respectivamente.
A Justiça entendeu que a torcida organizada pode ser responsabilizada pelos atos violentos cometidos por seus membros, ainda que fora de estádios ou em horários diferentes dos jogos. O Cruzeiro, por sua vez, foi condenado com base na Lei do Esporte, que prevê punição aos clubes quando suas torcidas vinculadas se envolvem em atos de violência.
Foto: Magno Dantas/TV Globo
Fonte: g1 Minas
