Com a chegada da primavera, as temperaturas ficam mais amenas, os dias mais ensolarados e as árvores mais floridas. No entanto, esse período também traz um desafio para quem sofre de alergias. A estação é marcada pelo agravamento de diversas doenças alérgicas, principalmente as respiratórias, como rinite, conjuntivite e crises de asma.
A partir do fim de setembro, os atendimentos médicos costumam aumentar devido a problemas como rinite alérgica, sinusite, otite serosa e até irritações de pele. Segundo a otorrinolaringologista Nadine Scariot Kleis, dos hospitais Universitário Cajuru e São Marcelino Champagnat, as condições pioram na primavera por causa da maior exposição a alérgenos, como o pólen, além das mudanças no clima que irritam as vias aéreas e os olhos.
Por que os sintomas pioram?
O aumento da polinização, aliado ao vento e ao clima seco, cria um ambiente favorável para crises alérgicas. Espirros, coceira, obstrução nasal, tosse, olhos vermelhos ou lacrimejantes são sintomas comuns, especialmente em pessoas com histórico de alergias. Nesses casos, a especialista destaca a importância do acompanhamento médico, realização de testes alérgicos e, em algumas situações, da imunoterapia – a chamada vacina de alergia.
Grupos mais vulneráveis
Além dos alérgicos crônicos, crianças pequenas, idosos, gestantes, pessoas com asma ou sinusite crônica, usuários de lentes de contato e trabalhadores ao ar livre estão entre os mais vulneráveis. Até mesmo quem possui desvio de septo tende a sentir mais os efeitos da estação, já que a obstrução nasal agrava o desconforto.
Como minimizar os sintomas
Entre os cuidados diários recomendados estão: lavar o nariz com soro fisiológico, evitar varrer a seco, manter as janelas fechadas nos horários de maior polinização (início da manhã e fim da tarde), usar óculos ao ar livre e capas antiácaro em colchões e travesseiros. Também é indicado trocar de roupa e tomar banho ao chegar em casa, além do uso de colírios lubrificantes ou antialérgicos sob orientação médica. A automedicação deve ser evitada.
Quando procurar ajuda médica?
Alguns sinais exigem atenção imediata, como falta de ar, chiado intenso no peito, lábios ou rosto arroxeados, inchaço nos olhos ou face e febre persistente. Também é essencial buscar um especialista em casos de obstrução nasal prolongada, episódios frequentes de sinusite, perda de olfato ou dores de cabeça recorrentes. Exames como endoscopia nasal e testes alérgicos ajudam no diagnóstico e definição do tratamento adequado.