Nos últimos meses, uma nova modalidade de golpe tem preocupado advogados do Distrito Federal, bem como clientes que possuem processos em andamento na Justiça. No golpe do falso advogado, criminosos conseguem acessar dados sigilosos dos processos judiciais ou dos escritórios de advocacia e entram em contato com as vítimas, solicitando depósitos em dinheiro com a promessa de liberar um suposto valor maior de indenização ou ganho de causa. No entanto, o depósito feito pelas vítimas nunca resulta na chegada do “ganho de causa”.
No dia 18 do mês passado, uma operação da Polícia Civil do Distrito Federal resultou na prisão de suspeitos pertencentes a essa quadrilha. Até o momento, pelo menos oito vítimas foram identificadas, totalizando cerca de R$ 50 mil em depósitos feitos aos criminosos. Casos semelhantes já haviam sido reportados em julho e fevereiro deste ano, apenas no DF.
Para evitar cair nesse golpe, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) emitiu um alerta importante: é fundamental ter cautela ao receber promessas de soluções rápidas. Muitos golpistas aproveitam a percepção da lentidão do sistema judiciário para enganar as vítimas, prometendo resoluções que frequentemente não atendem aos prazos mínimos de um processo.
Newton Rubens, diretor de Prerrogativas da OAB-DF, recomenda que, ao perceber uma situação suspeita, a pessoa deve “parar imediatamente a conversa, encerrar a ligação e entrar em contato pelos canais oficiais, que são aqueles estipulados no contrato, ou através de contatos pessoais já salvos no celular”.
Além disso, a OAB-DF alerta para prestar atenção especial se a conta informada para depósito não estiver vinculada ao CPF do advogado ou ao CNPJ do escritório. Através dos canais oficiais da OAB, é possível confirmar a identidade do advogado.
Rubens também aponta que a exigência de “valores extras” por parte de um advogado, além dos já definidos em contrato, deve levantar suspeitas. “É atípico que a advocacia exija pagamentos para recebimento de valores de causa ou depósitos judiciais. Geralmente, deve-se pagar apenas os valores já estipulados. Em caso de dúvidas, é aconselhável entrar em contato pessoalmente com o advogado ou pelos canais oficiais”.
A Polícia Civil do Distrito Federal continua investigando um grupo criminoso que utilizava sistemas do Poder Judiciário para aplicar o golpe. Após obter informações no judiciário, os suspeitos contatavam as vítimas se passando por seus advogados e solicitavam transferências de valores. De acordo com as investigações, os envolvidos são da região de São Paulo, e três suspeitos foram presos pela polícia do DF. Eles responderão pelos crimes de estelionato, organização criminosa e lavagem de capitais.
Fonte: g1
Crédito da Foto: Polícia do DF
