Entenda quando o refinanciamento vale a pena 

Por Dentro De Tudo:

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Uma pesquisa de 2025 da Meu Tudo indica que 72% dos brasileiros têm interesse em quitar as dívidas rapidamente, por isso, a busca por soluções financeiras mais flexíveis e acessíveis tem crescido à medida que os juros bancários tradicionais aumentam. 

Uma das opções que se destaca é o refinanciamento, que permite ao consumidor renegociar um empréstimo já existente, obtendo melhores condições de pagamento e, em alguns casos, dinheiro extra para realizar projetos pessoais.

De acordo com o Banco Central, a taxa Selic, que serve de referência para os juros no país, tem se mantido em patamares elevados. Esse cenário faz com que muitas pessoas busquem alternativas para aliviar o peso das dívidas no orçamento familiar. 

Dados da Serasa, por exemplo, mostram que a busca por crédito tem se intensificado, e o refinanciamento se tornou uma ferramenta valiosa nesse contexto. Uma pesquisa da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) aponta que 78% das famílias brasileiras estão endividadas, sendo que a maior parte das dívidas está concentrada em financiamentos e empréstimos.

Como funciona o refinanciamento?

O refinanciamento é uma modalidade de crédito que utiliza um bem como garantia, geralmente um imóvel ou veículo. Ao refinanciar, o consumidor obtém um novo contrato, com um prazo de pagamento diferente e, muitas vezes, uma taxa de juros mais baixa do que a do empréstimo original.

Imagine, por exemplo, que você financiou um imóvel e, após alguns anos, percebeu que as taxas de juros do mercado caíram. O refinanciamento permite que você troque a dívida antiga por uma nova, com juros menores. 

Assim, o valor da parcela mensal pode diminuir, aliviando o orçamento e proporcionando uma economia significativa a longo prazo. Além disso, é possível conseguir uma quantia adicional, que pode ser usada para quitar outras dívidas, reformar a casa ou investir em um novo negócio.

“O refinanciamento é uma estratégia inteligente para quem quer organizar as finanças e aproveitar a valorização de um bem para obter crédito com juros mais baixos. É uma forma de colocar o seu patrimônio para trabalhar a seu favor”, explica Arthur Inácio, gerente financeiro da CashMe.

Quando o refinanciamento vale a pena?

Para saber se o refinanciamento é a melhor opção, é importante avaliar alguns fatores:

  • Taxas de juros: Se as taxas de juros do novo empréstimo forem consideravelmente menores do que as do seu contrato atual, o refinanciamento pode ser uma excelente escolha.
  • Prazo de pagamento: O refinanciamento permite estender o prazo de pagamento, diminuindo o valor das parcelas mensais e tornando a dívida mais gerenciável.
  • Valor do bem: O valor do bem que você oferece como garantia, imóvel ou veículo, também é crucial. Instituições financeiras costumam oferecer taxas de juros mais baixas para quem tem um bem de maior valor para garantir o empréstimo.
  • Situação financeira: O refinanciamento é uma solução ideal para quem precisa de dinheiro rápido para quitar dívidas com juros mais altos, como as do cartão de crédito e do cheque especial.

Em 2023, o mercado de crédito imobiliário movimentou mais de R$ 250 bilhões no Brasil, segundo a Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança). Dentro desse montante, o refinanciamento se tornou uma alternativa popular, com crescimento de 15% em relação ao ano anterior. Isso mostra que, cada vez mais, os brasileiros estão usando essa modalidade para reorganizar as finanças.

O papel da amortização no refinanciamento

A amortização de financiamento é o processo de pagar a dívida, total ou parcialmente, antes do prazo final. No contexto do refinanciamento, essa prática é uma poderosa aliada para a saúde financeira. 

Ao direcionar valores extras para a amortização, você não só reduz o montante total da dívida, mas também pode diminuir o prazo de pagamento ou o valor das parcelas mensais, o que significa uma economia considerável com juros ao longo do tempo. 

É uma estratégia inteligente para assumir o controle da sua dívida e acelerar o caminho para a liberdade financeira. 

No contexto do financiamento imobiliário, a amortização permite que você utilize recursos extras, como o FGTS, para abater o saldo devedor. Ao fazer isso, você tem duas opções:

  1. Reduzir o valor da parcela: O tempo de pagamento do seu financiamento continua o mesmo, mas o valor mensal das parcelas diminui, o que alivia seu orçamento no dia a dia.
  2. Diminuir o prazo do contrato: O valor das parcelas mensais se mantém, mas o número de parcelas cai. Essa é uma das estratégias mais eficazes para economizar, pois você paga menos juros no longo prazo.

Para amortizar um financiamento na caixa, você pode seguir alguns passos:

  1. Acesse o Internet Banking: A forma mais prática é pelo site ou aplicativo da Caixa. Na área de “Habitação”, procure a opção “Extrato e demonstrativos” e depois “Amortização”.
  2. Simule a amortização: Antes de efetivar o pagamento, o sistema da Caixa permite que você simule o impacto da amortização. Assim, você consegue ver qual das duas opções (reduzir a parcela ou o prazo) é mais vantajosa para o seu objetivo.
  3. Use o FGTS (se aplicável): Se você trabalha de carteira assinada, é possível usar o saldo do seu Fundo de Garantia para amortizar o financiamento. A Caixa tem regras específicas para essa modalidade, então verifique os critérios no site oficial.

“A decisão de refinanciar não deve ser tomada por impulso. É essencial fazer uma análise cuidadosa das condições oferecidas, comparando as taxas de juros e os prazos para garantir que a nova operação seja realmente vantajosa e ajude a alcançar seus objetivos financeiros de longo prazo”, orienta Arthur Inácio, gerente financeiro da CashMe.

Com tudo isso que apresentamos aqui fica evidente que o refinanciamento se mostra uma ferramenta versátil e eficaz para quem busca otimizar a vida financeira, seja para economizar com juros, seja para obter capital para novos projetos. 

E que, avaliar as condições do mercado e as suas necessidades pessoais é o primeiro passo para tomar a melhor decisão e garantir um futuro financeiro mais tranquilo.

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