A Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp) voltou a chamar a atenção das autoridades nesta terça-feira (30/9) sobre a gravidade da falsificação de bebidas no país. Segundo levantamento realizado em abril pelo Núcleo de Pesquisa e Estatística da entidade, 36% das bebidas alcoólicas comercializadas no Brasil são fraudadas, falsificadas ou contrabandeadas.
De acordo com os dados, vinhos e destilados estão entre os produtos mais afetados. A pesquisa revelou ainda que uma em cada cinco garrafas de vodca vendidas no mercado nacional é adulterada. Para a Fhoresp, que representa cerca de 500 mil empresas do setor de alimentação e hospedagem em São Paulo, é necessária uma ação articulada das autoridades para desmantelar os esquemas de falsificação.
O diretor-executivo da entidade, Edson Pinto, destacou que o alerta já havia sido feito há seis meses. “A maioria dos bares e restaurantes atua corretamente, mas também sofre impactos de fornecedores que adulteram os produtos”, afirmou.
Os casos recentes de intoxicação por metanol em São Paulo reforçaram a preocupação. De acordo com a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad), todos os episódios de contaminação registrados até o momento estão ligados ao consumo de bebidas falsificadas.
A Associação Brasileira de Combate à Fiscalização (ABCF) aponta como principal suspeita que o metanol usado na adulteração seja o mesmo importado ilegalmente por organizações criminosas, como o PCC, para adulterar combustíveis.
O metanol, conforme a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), é um álcool líquido, incolor e altamente inflamável, com cheiro semelhante ao das bebidas alcoólicas comuns. No Brasil, ele é utilizado principalmente como matéria-prima na produção de biodiesel, mas quando ingerido pode causar intoxicação grave e até a morte.
📸 Foto: Divulgação / Fhoresp
📄 Fonte: Itatiaia
