Um psicanalista de 63 anos foi preso em Vila Velha, na Grande Vitória, sob suspeita de ter estuprado uma paciente de 12 anos, além de outras meninas menores de idade, tanto em seu consultório quanto dentro de uma igreja. Uma das vítimas apresenta diagnóstico de esquizofrenia. A prisão preventiva ocorreu no dia 24 de setembro, e as informações foram divulgadas pela Polícia Civil no dia 30 de setembro.
De acordo com a Polícia Civil, o homem, que é casado e pai de família, utilizava sua profissão para se aproximar das vítimas e cometer os crimes. Ele deve responder por estupro de vulnerável e estupro qualificado. O nome do suspeito e das vítimas não foram divulgados em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente.
A investigação teve início em março deste ano, quando a vítima de 12 anos relatou os abusos a uma psicóloga da escola em que estudava. A delegada adjunta da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente, Thais Cruz, informou que a psicóloga contou o caso ao pai da adolescente, que, junto com a filha, foi até a delegacia registrar a ocorrência. Durante o depoimento, a vítima mencionou que o psicanalista, ao ver um machucado na coxa dela, aproveitou a situação para tocar em suas partes íntimas. Ele teria afirmado para a menina que iria explicar o que era um abuso sexual, enquanto praticava os atos.
Os atendimentos do psicanalista ocorriam em seu escritório, que fica dentro de sua residência, e ele, sendo evangélico e formado em teologia, não levantava suspeitas nos pais das vítimas. Ele tentava conquistar a confiança das meninas, oferecendo presentes e pedindo que segurassem bichinhos de pelúcia durante as sessões para que ele pudesse fotografá-las.
Durante seu depoimento, o homem negou as acusações e tentou desqualificar as vítimas, afirmando que uma delas teria inventado os abusos devido à sua condição de esquizofrenia. A delegada revelou que o primeiro caso de abuso teria ocorrido em 2019, quando uma adolescente de 16 anos com esquizofrenia foi atendida por ele em uma igreja. Nesse incidente, o psicanalista teria usado violência para praticar atos libidinosos, e a vítima relatou o caso à mãe, que fez a denúncia. Embora o suspeito tenha sido afastado da igreja, ele continuou realizando atendimentos em sua casa. Um inquérito foi aberto na época, mas o caso ficou sem andamento por seis anos devido à falta de provas.
A delegada acredita que novas denúncias podem surgir, uma vez que, desde 2019, o homem não parou de atender. Ela ressaltou que a divulgação do caso pela polícia visa alcançar outras possíveis vítimas, já que, ao ser preso, o suspeito questionou qual era o nome da vítima, sugerindo que existem mais casos a serem investigados.
Crédito: Divulgação | Polícia Civil
Fonte: g1