Práticos e vistos como modernos, os cigarros eletrônicos — conhecidos como vapes — ganharam popularidade principalmente entre os jovens nos últimos 15 anos. Apesar da aparência inofensiva, estudos mostram que os dispositivos podem causar sérios danos à saúde, incluindo problemas respiratórios, cardiovasculares e até perda da voz.
Casos de pessoas conhecidas reforçam o alerta. A cantora Solange Almeida, ex-Aviões do Forró, e a influenciadora Vanessa Lopes já relataram complicações graves nas cordas vocais relacionadas ao uso do vape, chegando a correr risco de perder a voz.
Dados do Instituto do Coração (Incor) apontam que usuários de cigarro eletrônico podem apresentar níveis de nicotina até seis vezes maiores que os de fumantes de cigarro convencional. Além da nicotina em excesso, o aerossol gerado contém metais pesados, aromatizantes e químicos associados a câncer, ansiedade e depressão. Desde 2009, a Anvisa proíbe a comercialização do produto no Brasil.
Entre os efeitos imediatos, médicos relatam aumento de inflamações na laringe e perda temporária da voz em usuários frequentes. Segundo a doutora Jaqueline Scholz, diretora do Programa de Tratamento do Tabagismo do Incor, o risco vai além: “São micropartículas que atingem diretamente os alvéolos pulmonares, alcançam a corrente sanguínea e provocam inflamações em todo o organismo. Temos relatos de pneumonites, crises respiratórias graves, problemas cardiovasculares e até infartos em jovens”.
Outro ponto preocupante é a dependência. Enquanto o cigarro tradicional pode levar anos para provocar vício intenso, no eletrônico o quadro pode surgir em apenas três a seis meses de uso. A pesquisa do Incor mostrou que 70% dos usuários entrevistados tinham entre 18 e 25 anos e nunca haviam fumado antes de experimentar o vape.
Especialistas destacam que doenças que demorariam décadas para aparecer em fumantes comuns podem surgir em poucos meses nos usuários de cigarros eletrônicos. “O vape não acrescenta nada de positivo à vida do usuário: traz dependência intensa e prejuízos rápidos e sérios à saúde respiratória, cardiovascular e vocal”, concluiu Jaqueline Scholz.
Foto: Reprodução/Profissão Repórter
Fonte: g1
