O Ministério da Saúde confirmou, nesta quinta-feira (2), que o Brasil já soma 59 notificações de intoxicação por metanol em 2025. Do total, 11 tiveram a presença da substância confirmada em exames laboratoriais. Os casos estão concentrados em três estados: 53 em São Paulo, 5 em Pernambuco e 1 no Distrito Federal.
Durante coletiva em Brasília, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou a ampliação do estoque de etanol farmacêutico, usado como antídoto nos casos de envenenamento por metanol. Segundo ele, já foram adquiridas 4.300 ampolas que ficarão disponíveis em hospitais universitários federais e poderão ser repassadas de imediato a estados e municípios que não tiverem o medicamento.
“O uso rápido do etanol farmacêutico é fundamental, pois ele compete com o metanol no metabolismo e pode evitar não só a morte, mas também sequelas graves, como a perda da visão”, explicou Padilha.
Sala de situação e novas medidas
Uma “sala de situação” foi instalada pelo governo para acompanhar a evolução dos casos e coordenar as ações de resposta. O grupo reúne representantes dos ministérios da Saúde, Justiça e Agricultura, além da Anvisa, dos conselhos de saúde e das secretarias estaduais de São Paulo e Pernambuco.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também mapeou 604 farmácias capazes de produzir o etanol farmacêutico no Brasil. A ideia é criar unidades de referência em cada capital para atender rapidamente às demandas locais.
Padilha afirmou ainda que o ministério busca alternativas para importar o fomepizol, outro antídoto usado mundialmente contra intoxicação por metanol, mas que não está disponível no Brasil.
Mortes e casos graves
Até o momento, uma morte foi confirmada em São Paulo: um homem de 54 anos que ingeriu bebida adulterada. Outros cinco óbitos seguem em investigação — três na capital paulista e dois em São Bernardo do Campo.
Além disso, pacientes seguem internados em estado grave. Entre os casos mais graves estão:
- Rafael Anjos Martins, 28 anos, em coma desde 1º de setembro após beber gin adulterado.
- Radharani Domingos, 43 anos, designer de interiores que perdeu a visão depois de consumir caipirinhas em um bar nos Jardins, em São Paulo.
- Bruna Araújo de Souza, 30 anos, internada em estado grave após ingerir vodca em um show de pagode em São Bernardo do Campo.
- Wesley Pereira, 31 anos, hospitalizado desde agosto após beber whisky adulterado em uma festa, já sem visão e com complicações múltiplas.
- Marcelo Lombardi, 45 anos, advogado que morreu após consumir vodca adulterada comprada em adega na Zona Sul da capital.
Risco e prevenção
O metanol é um álcool utilizado na indústria química e altamente tóxico para consumo humano. No organismo, é metabolizado em substâncias que atacam o fígado, o sistema nervoso central e o nervo óptico, podendo causar cegueira, coma e morte.
Autoridades de saúde reforçam que somente exames laboratoriais podem detectar a presença de metanol em bebidas. A recomendação é evitar o consumo de produtos de origem duvidosa e denunciar estabelecimentos suspeitos.
📸 Fotos: TV Globo / Arquivo pessoal / g1
📍 Fonte: g1
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