Exames de mamografia têm queda em cidades da Grande BH; capital registra aumento em 2025

Por Dentro De Tudo:

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Em meio ao Outubro Rosa, mês dedicado à prevenção e ao diagnóstico precoce do câncer de mama, os números de mamografias realizadas na rede pública das principais cidades da Grande Belo Horizonte revelam um cenário de alerta. Um levantamento feito pela TV Globo com as prefeituras mostra que apenas em Belo Horizonte houve um aumento em comparação com o ano anterior. A análise foi realizada com base em dados consolidados de 2022 a 2024 e em informações parciais de 2025.

Apesar de o exame ser fundamental para a saúde da mulher e para aumentar as chances de cura da doença, municípios como Contagem e Ribeirão das Neves registraram uma queda significativa na oferta nos últimos anos, enquanto Betim conseguiu ampliar a realização em 2024 após um período de retração. Santa Luzia e Vespasiano apresentam oscilações, o que reforça a necessidade de políticas permanentes e mais ágeis para garantir o acesso das mulheres a esse cuidado essencial.

Em Belo Horizonte, os números também chamam a atenção: foram 72 mil exames em 2022, 66 mil em 2023 e apenas 43 mil em 2024. Em 2025, até agosto, já foram contabilizadas 55 mil mamografias. O médico Henrique Lima Couto, presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia em Minas Gerais, expressou preocupação com a redução da cobertura, que já era baixa antes e se agravou desde a pandemia. Ele destacou a importância dos programas de prevenção para evitar mortes e proporcionar um acompanhamento adequado da doença.

O acesso à mamografia na Grande Belo Horizonte ainda depende do CEP de cada mulher. Enquanto em Vespasiano a espera média é de apenas uma semana, em Ibirité o exame é realizado em cerca de 30 dias, em Santa Luzia o tempo informado chega a um ano, o que compromete a chance de diagnóstico precoce. Em Contagem, a prefeitura afirma não ter demanda reprimida, mas em Betim, mesmo com critérios de prioridade, a espera pode chegar a quatro meses. Belo Horizonte registra uma média de 70 dias, dependendo da urgência.

A disparidade entre os municípios evidencia a falta de uniformidade no atendimento. Atrasos longos comprometem a eficácia das políticas públicas e podem custar vidas. As prefeituras têm se manifestado sobre a situação. A Prefeitura de Belo Horizonte prevê fechar 2025 com 83 mil mamografias, com aumento devido à contratação de uma nova clínica e mudanças no modelo de pagamento. Contagem informou que possui um mamógrafo fixo, uma unidade móvel e serviços contratados para ampliar o acesso ao exame.

Em Betim, um novo mamógrafo do Centro Integrado da Mulher e da Criança está previsto para funcionar a partir de novembro. A administração de Ribeirão das Neves está em fase de orçamento para a compra de mais um mamógrafo. Ibirité prevê realizar cinco mil mamografias até dezembro, enquanto Vespasiano deve ampliar os exames com a contratação de mais uma clínica particular. Em Santa Luzia, a administração municipal planeja aumentar a oferta de mamografias com a construção de um centro de imagem e a contratação de mais especialistas, buscando reduzir a espera.

Crédito da foto: Daniel Viana/Semsa. Fonte: g1.

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