O metanol, usado ilegalmente para adulterar bebidas alcoólicas, é altamente tóxico ao organismo humano. Ao ser metabolizado pelo fígado, transforma-se em formaldeído e depois em ácido fórmico, composto que provoca danos graves ao sistema nervoso central e, principalmente, ao nervo óptico — responsável por transmitir as imagens dos olhos ao cérebro. Essa lesão leva à neuropatia óptica induzida por metanol, cujo sintoma mais marcante é a perda progressiva da visão até a cegueira completa.
Segundo especialistas, não existe tratamento para recuperar o nervo óptico danificado. As técnicas de transplante ocular disponíveis hoje são limitadas à córnea, estrutura da parte frontal do olho, e não alcançam o nervo óptico. O ácido fórmico age bloqueando enzimas essenciais ao funcionamento celular e provoca estresse oxidativo, acidificando o sangue e destruindo permanentemente as células nervosas.
Os sintomas da intoxicação aparecem entre 6 e 24 horas após o consumo e incluem visão turva ou borrada, fotofobia e pupilas dilatadas. Estudos indicam que entre 30% e 40% dos sobreviventes a intoxicações graves evoluem para algum grau de cegueira permanente. Apenas 10 ml de metanol podem causar perda de visão, e 30 ml já são suficientes para ser potencialmente fatal a um adulto.
Foto: Freepik.com
Fonte: Ministério da Saúde / SES-SP / Archives of Toxicology