Ao contrário do que muita gente acredita, a chuva não elimina os carrapatos, especialmente o carrapato-estrela, principal transmissor da febre maculosa, doença grave que pode levar à morte. Com a chegada do período chuvoso, a atenção deve ser redobrada, pois o aumento da umidade e da temperatura cria o ambiente ideal para a reprodução e o desenvolvimento desses parasitas.
De acordo com especialistas da Embrapa, o calor aliado à umidade acelera o ciclo de vida do carrapato e prolonga o tempo de sobrevivência das larvas no ambiente. Em regiões rurais e de mata, esse cenário faz com que o número de carrapatos aumente significativamente, elevando o risco de infestações em animais e seres humanos.
O carrapato-estrela (Amblyomma sculptum) é o principal vetor da bactéria Rickettsia rickettsii, causadora da febre maculosa brasileira. Essa doença pode se manifestar com febre alta, dores no corpo, manchas vermelhas na pele e, em casos graves, pode evoluir para complicações fatais se não houver tratamento rápido.
Durante o período seco, os carrapatos encontram dificuldades para sobreviver, mas com o retorno das chuvas e o aumento da umidade no solo e na vegetação, eles voltam a se multiplicar com rapidez. As fêmeas depositam ovos em locais úmidos e sombreados, e as larvas podem sobreviver por semanas até encontrar um hospedeiro.
“É comum ouvir que a chuva acaba com os carrapatos, mas acontece justamente o contrário. A umidade alta cria as condições perfeitas para que eles se desenvolvam e se espalhem”, alerta um técnico da Embrapa.
A prevenção é a principal forma de evitar infestações e doenças. É importante evitar áreas de vegetação alta e pastos durante e após períodos de chuva, usar roupas claras e de mangas compridas para facilitar a visualização do parasita e, após passeios ou trabalho no campo, examinar o corpo e as roupas com atenção. Em propriedades rurais, recomenda-se manter a pastagem aparada e utilizar produtos de controle sob orientação veterinária. Caso encontre um carrapato fixado na pele, a remoção deve ser feita com pinça, sem esmagar o parasita. Se surgirem sintomas como febre, dores no corpo ou manchas na pele, é necessário procurar atendimento médico imediatamente.
A falsa crença de que a chuva elimina os carrapatos pode aumentar os riscos à saúde. No período chuvoso, o ideal é redobrar os cuidados e manter a vigilância constante.
Fonte: Embrapa / Ministério da Saúde / Fundação Ezequiel Dias (Funed)