Dados do último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelaram que Santos, no litoral de São Paulo, é a cidade brasileira com mais de 30 mil habitantes que apresenta a maior proporção de idosos em relação à população total. O fisioterapeuta Douglas Pupo Romano, de 26 anos, destaca que para a terceira idade se manter ativa e saudável, é fundamental trabalhar a mente, o corpo e a socialização.
Segundo ele, muitos idosos frequentemente se sentem sozinhos, e as sessões de fisioterapia se tornam momentos de troca, conversa e estímulo. Douglas afirma que isso reduz os sintomas de depressão, melhora a autoestima e reforça a ideia de que ainda são capazes e ativos. Especialista em Ortopedia, pós-graduando em Saúde do Idoso e professor de pós-graduação em Fisioterapia Domiciliar, Douglas compartilhou suas experiências durante uma conversa com o jornalista Matheus Müller no podcast Baixada em Pauta, enfatizando a importância do exercício físico para a terceira idade, que ajuda a prevenir e tratar problemas.
Cerca de 95% dos clientes de Douglas têm mais de 60 anos. Ele observa que os casos mais comuns incluem dores articulares, como artrose, dificuldades de equilíbrio, pós-operatório, fraqueza muscular e perda de mobilidade. Douglas explica que os pacientes buscam mais qualidade de vida e que condições como artrose e artrite fazem parte do processo de envelhecimento. Ele enfatiza que cuidar do corpo para manter uma boa qualidade de vida torna a velhice mais tranquila, comparando isso a um crédito que se acumula ao longo da vida.
Douglas escolheu a Fisioterapia após passar por uma cirurgia no joelho e realizar um tratamento de recuperação. Durante a faculdade, se apaixonou pela Gerontologia, que estuda o envelhecimento de forma multidisciplinar. Ele percebeu que muitos idosos enfrentavam dificuldades de locomoção até as clínicas, o que os levava a abandonar o tratamento ou a receber cuidados insuficientes. Assim, decidiu levar a fisioterapia para dentro das casas, tornando o cuidado mais acessível, humano e individualizado.
O fisioterapeuta também ressaltou a importância da escuta ativa, já que muitos pacientes idosos buscam conversar e desabafar. Além do cuidado físico e mental, ele dedica tempo para socializar, como tomar café com os atendidos. Apesar do bom relacionamento com os pacientes, Douglas alerta que o trabalho não deve ser romantizado, pois, ao realizar o tratamento em domicílio, o profissional pode se tornar mais vulnerável a situações adversas.
Ele acrescenta que o apoio da família é fundamental no tratamento. Quando os familiares acompanham, incentivam e participam das atividades, o idoso se sente mais motivado. Além disso, a família aprende orientações práticas sobre como adaptar o ambiente da casa e reforçar os exercícios no dia a dia.
Fonte: g1
Crédito da foto: Arquivo pessoal