No último dia de setembro, uma ação generosa em Uberaba transformou a vida de até seis pessoas. A família de um adolescente de 14 anos, que perdeu a vida em um acidente em Iturama, no Triângulo Mineiro, autorizou a doação de seus órgãos. Edmilson dos Santos, pai da vítima, expressou sua gratidão: “É bom salvar outros garotos da idade dele, fazer outras famílias felizes, ter o filho do seu lado. Eu vou perder um filho, mas estou feliz por salvar outros garotos também”. As circunstâncias do acidente não foram divulgadas pela família.
Uma das cirurgias mais significativas ocorreu por volta das 11h, quando o coração do jovem foi retirado no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM). O órgão foi transportado para o aeroporto de Uberaba e embarcado em um voo direto para Belo Horizonte, onde foi transplantado em um homem de 40 anos que aguardava na fila. Todo o processo foi concluído em menos de cinco horas, respeitando o tempo máximo em que o coração pode permanecer fora do corpo humano. Após a chegada ao Aeroporto de Confins, o órgão foi levado de helicóptero até o Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC-UFMG), onde a cirurgia foi realizada com sucesso.
Além do coração, o fígado do doador foi enviado para outro estado, enquanto as córneas foram destinadas a pacientes no Triângulo Mineiro que aguardavam por transplante. A doação de órgãos no Brasil depende do consentimento da família do doador, e muitas vezes esse consentimento não é dado devido a falhas na comunicação e desinformação. O processo de doação e transplante envolve várias etapas, incluindo a manifestação do desejo em vida, o diagnóstico de morte encefálica, a atuação da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (Cihdott), exames de compatibilidade, a retirada do órgão, o transporte e a cirurgia transplantadora.
O Brasil possui o maior programa público de transplante de órgãos, tecidos e células do mundo, garantido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que financia cerca de 86% dos transplantes no país. Além disso, o Brasil é referência mundial na área, sendo o segundo maior transplantador do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.
Crédito da foto: HC-UFTM/Divulgação
Fonte: g1
