O padre Cleber Pagliochi, de Chapecó, Santa Catarina, decidiu negar pedidos de orações para a personagem Odete Roitman, interpretada pela atriz Débora Bloch, que foi morta na novela “Vale Tudo”. Em uma publicação nas redes sociais, o sacerdote afirmou que sua intenção era provocar uma reflexão sobre a necessidade de distinguir entre o real e a ficção. Ele destacou que, embora novelas e peças teatrais tenham seu valor e inspirem muitas pessoas, é fundamental saber discernir entre a realidade e a ficção.
Na nota divulgada na quarta-feira, 8 de outubro, Pagliochi expressou que a dificuldade em separar o que é real do que é ficção está se tornando uma questão presente em nossa sociedade. Ele mencionou que começou a receber mensagens de fiéis pedindo orações para que Odete Roitman fosse “salva pelos erros que cometeu” na trama logo após a exibição da cena de sua morte, que ocorreu na segunda-feira, 6 de outubro.
O padre esclareceu que, apesar da popularidade da personagem, a oração cristã deve ser direcionada a pessoas reais e a situações concretas da vida e da fé. Em sua nota, ele afirmou: “Diante das inúmeras mensagens que venho recebendo, informo que não estarei atendendo pedidos de oração pela Odete Roitman. Trata-se de uma personagem de novela, e por mais marcante que seja na memória popular, a oração cristã deve sempre se dirigir a pessoas reais.”
A morte de Odete Roitman, que foi um marco na teledramaturgia brasileira, ocorreu em uma cena que homenageou a roupa usada pela atriz Beatriz Segall em 1988. Na época, a morte da vilã mobilizou o público, que ficou ansioso para descobrir quem era o responsável pelo crime. O mistério durou apenas 11 dias, mas gerou uma grande repercussão, com quase 2,5 milhões de cartas enviadas por telespectadores tentando adivinhar o autor do assassinato.
Fonte: g1. Crédito da foto: Reprodução/Redes Sociais.