Depois de mais de dois anos de cativeiro na Faixa de Gaza, 20 reféns israelenses foram libertados pelo grupo terrorista Hamas na madrugada desta segunda-feira (13). A libertação encerra uma das fases mais longas e tensas do conflito entre Israel e o grupo islâmico, e marca o cumprimento parcial de um acordo de cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos, Egito, Catar e Turquia.
Os reféns foram entregues à Cruz Vermelha e, em seguida, às Forças de Defesa de Israel, sendo levados para uma base militar onde reencontraram familiares e passaram por avaliação médica. Segundo autoridades israelenses, sete pessoas foram libertadas por volta das 2h e as outras 13, duas horas depois.
O Hamas havia sequestrado 251 pessoas durante os ataques de 7 de outubro de 2023. Israel afirma que o grupo ainda mantinha 48 reféns na Faixa de Gaza, dos quais 28 morreram durante o cativeiro. Os demais foram libertados em operações anteriores de resgate ou em outros acordos de trégua.
Como parte do novo acordo, Israel prometeu soltar quase 2 mil prisioneiros palestinos, incluindo 250 condenados à prisão perpétua. De acordo com a agência Reuters, os detentos foram transportados em ônibus da Cruz Vermelha com destino à Faixa de Gaza, à Cisjordânia e a outros países.
A libertação dos reféns ocorre dentro do plano de paz anunciado em 8 de outubro, que prevê o fim dos bombardeios israelenses e o recuo gradual das tropas na Faixa de Gaza. A proposta foi apresentada no final de setembro pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e estabeleceu que o Hamas teria 72 horas, a partir do início do cessar-fogo, para libertar todos os reféns vivos e devolver os corpos dos mortos.
Apesar do avanço diplomático, a devolução dos corpos das vítimas permanece um dos principais impasses do acordo. Segundo a imprensa israelense, o Hamas não sabe onde estão alguns corpos, o que levou a Turquia a anunciar uma força-tarefa internacional para auxiliar nas buscas. Estima-se que até oito corpos ainda estejam desaparecidos.
Nesta segunda-feira, líderes de diversos países participam no Egito da cerimônia que oficializa o acordo de paz. Enquanto isso, em Tel Aviv, familiares de vítimas continuam a protestar exigindo respostas e justiça pelos 28 reféns mortos.
A guerra iniciada há dois anos deixou um rastro de destruição e sofrimento tanto em Israel quanto na Faixa de Gaza, com milhares de mortos e uma crise humanitária sem precedentes. Ainda não há prazo para que todos os corpos sejam localizados e repatriados, mas as famílias dos reféns libertados celebram o reencontro após 738 dias de dor e incerteza.
Foto: Shir Torem/Reuters
Fonte: g1 / VEJA / Reuters