Mesmo com avanços na prevenção e diagnóstico do câncer de mama, a mamografia ainda é alvo de desinformação. Em plataformas como o TikTok, vídeos com fake news insistem em apontar o exame como perigoso, o que preocupa médicos e especialistas, especialmente durante o Outubro Rosa — campanha dedicada à conscientização sobre a saúde da mulher.
De acordo com o mastologista Clécio Lucena, professor da Universidade Federal de Minas Gerais, o exame é completamente seguro. “A mamografia não provoca câncer de mama. É a ferramenta mais eficaz que temos para prevenção e diagnóstico precoce. Ela salva vidas”, explica. Ele lembra que o exame utiliza radiação em níveis muito baixos e sem risco para o organismo.
A Organização Mundial da Saúde recomenda que pelo menos 70% das mulheres entre 40 e 74 anos realizem o exame periodicamente. No Brasil, o índice ainda está bem abaixo desse patamar. Recentemente, o governo ampliou o acesso gratuito à mamografia pelo SUS para mulheres a partir dos 40 anos — antes, o exame era oferecido apenas para quem tinha mais de 50.
Segundo o oncologista Levindo Dias, da Afya Montes Claros, o diagnóstico precoce é tão importante quanto o tratamento. “Detectar o câncer em estágio inicial aumenta as chances de cura e reduz a necessidade de terapias mais agressivas. É um exame simples, acessível e que faz enorme diferença”, reforça.
Os especialistas também alertam que o autoexame é importante, mas não substitui a mamografia. O aumento nos casos da doença tem relação com fatores como obesidade, sedentarismo e mudanças no comportamento reprodutivo das mulheres. “Ter filhos mais tarde, amamentar por menos tempo e o uso de hormônios são fatores que também influenciam”, explica Lucena.
O câncer de mama também pode afetar homens, embora em menor escala. “Eles também têm glândulas mamárias e, se notarem nódulos ou secreção, devem procurar um médico imediatamente”, orienta Dias.
O recado dos especialistas é claro: a mamografia é um exame seguro, essencial e salva vidas. Combater a desinformação é parte fundamental da luta contra o câncer de mama.
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Fonte: O Tempo
