A WePink, empresa de Virginia Fonseca, com um faturamento anual de R$ 750 milhões e quase 5 milhões de seguidores nas redes sociais, está sendo processada pelo Ministério Público e pelo Procon Goiás. O processo judicial alega práticas abusivas contra consumidores, incluindo propaganda enganosa, problemas de entrega que resultaram em centenas de reclamações no estado e milhares em todo o Brasil, além de censura.
A companhia já foi autuada diversas vezes pelo Procon devido a atrasos e falta de entrega de produtos, além da recusa em reembolsar consumidores que cancelam suas compras. Em decorrência dessas ações, o Ministério Público solicita uma indenização coletiva de R$ 5 milhões, além de uma indenização individual, cujo valor será definido durante o processo.
O promotor de Justiça de Goiás, Élvio Vicente da Silva, destaca que a propaganda enganosa é um dos principais problemas da empresa. Ele menciona que consumidores relataram não apenas a falta de entrega de produtos pagos, mas também dificuldades em solicitar reembolsos e um atendimento pós-venda insatisfatório. O MP, em sua ação conjunta com o Procon, argumenta que a estratégia de “flash sales” da WePink cria um senso artificial de urgência, induzindo compras impulsivas e explorando a vulnerabilidade psicológica dos consumidores. A situação é ainda mais preocupante devido à influência da imagem de Virginia, que gera confiança entre seus seguidores.
De acordo com o processo, em 2025 foram registradas 30 mil reclamações contra a WePink no site RECLAMEAQUI, e no ano anterior, o número de queixas chegou a 90 mil. O total de consumidores insatisfeitos pode ser ainda maior, alcançando 300 mil, considerando aqueles que não formalizaram suas reclamações. No Procon Goiás, foram cerca de 340 reclamações entre 2024 e 2025. Em resposta, a empresa afirma que atualmente não enfrenta mais atrasos frequentes e cita uma nota de 8.1 na plataforma RECLAMEAQUI, com um índice de 93% de resolução.
Outro ponto levantado pelo promotor é a censura contra consumidores, manifestada pela exclusão de comentários negativos nas redes sociais. Além disso, os clientes enfrentam dificuldades para contatar a central de atendimento da empresa, que opera de forma automatizada. A Justiça determinou que a WePink deve oferecer atendimento humano, não se limitando a respostas automáticas, e que esse sistema deve estar disponível em múltiplos canais, incluindo telefone.
O processo contra a WePink está em tramitação na 14ª Vara Cível e Ambiental do Tribunal de Justiça de Goiás. A liminar, concedida em 10 de outubro a pedido do Ministério Público, visa evitar prejuízos adicionais aos consumidores. Contudo, essa decisão provisória não encerra o processo, que ainda será julgado pela Justiça.
Fonte: g1
Crédito da foto: Reprodução/Instagram da WePink