A Polícia Militar de Minas Gerais apreendeu fardas da corporação com integrantes de uma facção criminosa. A ação foi desencadeada após uma denúncia anônima sobre tráfico de drogas. Durante a madrugada, os policiais realizaram uma operação na comunidade Morro das Pedras, localizada na região oeste de Belo Horizonte, e prenderam dois homens, de 18 e 25 anos. Um deles confessou ter ligação com o Comando Vermelho, uma facção criminosa oriunda do Rio de Janeiro.
Durante a operação, os policiais encontraram crack, munição, um rádio comunicador, coletes à prova de bala, um revólver e uma réplica de arma. No entanto, o que mais chamou a atenção foi a apreensão de cinco conjuntos de fardas originais do Comando de Missões Especiais da Polícia Militar de Minas Gerais. Vale ressaltar que as fardas da segurança pública só podem ser adquiridas, de forma online ou presencial, em lojas credenciadas pelas corporações, como a Polícia Civil, a Polícia Militar e os Bombeiros.
Os investigadores suspeitam que as fardas poderiam ser utilizadas em um ataque a um grupo rival de traficantes na região do Morro das Pedras. A Polícia Militar afirmou que irá investigar como essas fardas chegaram às mãos dos criminosos. A Major Layla Brunnela, porta-voz da PMMG, destacou a preocupação em entender se houve algum desvio intencional ou se o caso pode ter sido resultado de um descarte inadequado do fardamento. Ela explicou que a aquisição do uniforme exige a apresentação da carteira funcional do policial.
Roberta Fernandes, pesquisadora do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, comentou que a situação evidencia a necessidade de um aumento na fiscalização sobre a venda de materiais de uso exclusivo das forças de segurança. Segundo ela, o Estado deve ser rigoroso, pois qualquer afrouxamento nesse controle pode prejudicar a credibilidade das instituições e a legitimidade do poder estatal. A pesquisadora sugere que, a partir deste episódio, o Estado deve rever como está o controle e os credenciamentos relacionados à farda.
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Fonte: g1.globo.com