Mais de um bilhão de pessoas no mundo vive com algum tipo de transtorno mental, sendo a ansiedade um dos problemas mais comuns, conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). O Brasil é o país que apresenta o maior número de pessoas ansiosas no planeta, com 18 milhões de brasileiros afetados, embora esse número possa ser subestimado, já que muitos indivíduos não possuem diagnóstico. De acordo com o Ministério da Previdência Social, em 2021, 49 mil pessoas foram afastadas do trabalho devido a transtornos de ansiedade. Apenas até junho deste ano, mais de 81 mil funcionários já haviam tirado licença médica por motivos relacionados.
A ansiedade se manifesta de várias maneiras, mas antes de receber um diagnóstico preciso, muitos indivíduos passam por um longo caminho de consultas com diferentes especialistas. A série ‘Ansiedade’, do programa ‘Bem Estar’, procura ajudar a identificar os sintomas de ansiedade que comprometem a vida afetiva e profissional, trazendo relatos de pacientes e profissionais de saúde.
A sensação de expectativa, o frio na barriga e o coração acelerado são partes naturais da vida, preparando o corpo para desafios e proporcionando energia para seguir em frente. Contudo, quando a ansiedade se torna constante e ultrapassa limites, afetando o sono, o trabalho e os relacionamentos, deixa de ser algo normal e torna-se patológica. O psicólogo Alexandre Coimbra Amaral reflete sobre como a ansiedade pode roubar momentos presentes, levando a pessoa a um estado mental complicado.
Natália Oliveira, residente de Heliópolis, a segunda maior favela de São Paulo, compartilha que enfrentou sua primeira crise de ansiedade aos dez anos, após um acidente envolvendo seu padrasto. Ela recorda uma experiência de sofrimento intenso quando não conseguiu realizar o Enem devido a uma crise. A respiração ofegante é um sinal comum dos transtornos de ansiedade, e a atriz Dayane Lopes também relata experiências similares, destacando que frequentemente sentia tontura e dificuldades para comer.
A psiquiatra Camila Magalhães Silveira explica que, enquanto a ansiedade normal pode ser benéfica, a ansiosa é marcada por preocupações excessivas que interferem no bem-estar físico e emocional. O psiquiatra Márcio Bernik complementa que a ansiedade pode se manifestar de maneiras variadas, com diferentes tipos, como Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), fobias sociais e síndrome do pânico.
O impacto das telas na saúde mental é evidente, com brasileiros passando em média nove horas conectados a dispositivos eletrônicos. Um levantamento do Ministério da Saúde revelou um aumento significativo nos atendimentos relacionados a transtornos de ansiedade entre crianças e adolescentes. O psiquiatra Márcio Bernik observa que as gerações mais jovens enfrentam mais transtornos de ansiedade do que as de gerações anteriores.
O tratamento para a ansiedade deve ser individualizado e pode incluir a combinação de terapia e, em alguns casos, medicamentos. A terapia cognitivo-comportamental é uma das abordagens mais comuns. A psicóloga Fernanda Lopes ressalta que, quando as redes de apoio comunitário não são suficientes, é essencial procurar ajuda profissional. Mudanças no estilo de vida, como melhorar a alimentação, o sono e a prática de exercícios físicos, também são fundamentais. A atividade física deve ser intensa e regular para ser efetiva no tratamento.
Além disso, técnicas como mindfulness têm demonstrado ser eficazes no controle da ansiedade. Exames de respiração, como a respiração diafragmática, também ajudam a reduzir os sintomas de ansiedade.
Fonte: g1. Crédito da foto: reprodução.

















