Golpistas desviaram mais de R$ 10 milhões de prefeituras mineiras após conseguirem acesso a senhas bancárias de contas mantidas na Caixa Econômica Federal (CEF). O caso mais grave ocorreu em Monte Sião, no Sul de Minas, onde o prejuízo chegou a quase R$ 6 milhões, subtraídos em 54 transferências bancárias realizadas no dia 29 de setembro de 2025.
Os prefeitos afetados afirmam que houve falhas no sistema de segurança da Caixa, o que teria permitido a ação dos criminosos sem que houvesse alertas ou bloqueios automáticos. As prefeituras atingidas relataram que as movimentações irregulares ocorreram em sequência e de forma atípica, levantando questionamentos sobre o monitoramento das contas públicas pelo banco.
Em busca de soluções e responsabilizações, a Comissão de Administração Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizou uma audiência pública nesta quinta-feira (30/10), reunindo representantes dos municípios lesados e da Caixa Econômica Federal.
Durante o encontro, gestores municipais cobraram maior transparência, reforço na segurança digital e mecanismos de proteção específicos para contas públicas. A Caixa, por sua vez, informou que os casos estão sendo investigados internamente e que colabora com as autoridades policiais para identificar os autores dos golpes.
Os prejuízos causados reacendem o debate sobre a vulnerabilidade das contas públicas diante de crimes cibernéticos e sobre a necessidade de aprimorar os sistemas de autenticação e monitoramento das movimentações financeiras de prefeituras e órgãos públicos.
