Mulheres denunciam um massagista por violação sexual mediante fraude em Belo Horizonte.
O crime, previsto no artigo 215 do Código Penal, é de “ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima”. A pena prevista em caso de condenação é de 2 a 6 anos de prisão.
Segundo relato de uma das vítimas à Polícia Militar, ela conheceu o suspeito por meio das redes sociais.
Percebendo que se tratava de uma influencer, o suspeito imediatamente ofereceu um pacote de serviços, no qual ela teria que divulgar os serviços dele. Em troca, a mulher receberia um procedimento denominado de “pump”, que consiste, segundo o depoimento da vítima, em “levantar o bumbum”.
Ela então informou que não estaria interessada nesse tipo de trabalho, e que na verdade iria preferir o serviço de massagens na região da barriga, e que, inclusive, pagaria por isso. No entanto, ela foi convencida a aceitar o “pump”, ofertado de maneira gratuita pelo suposto massagista.
A vítima compareceu à clínica na data marcada para iniciar o procedimento e, durante a sessão, percebeu que o massagista passava as mãos em suas partes íntimas de maneira agressiva. Quando ele tentou repetir o mesmo movimento, ela reclamou e ele parou.
De acordo com o boletim de ocorrência, “a declarante ressaltou que após o procedimento passou a sentir dores nas partes íntimas devido à violência sofrida”.
No mesmo documento, uma segunda vítima declarou que o homem passou quantidade exagerada de óleo e durante a massagem introduziu o dedo na vagina dela.
‘É um estelionato sexual’
Segunda a advogada Thalita Arcanjo, à frente da defesa das duas vítimas, em 2020 o massagista já havia sido condenado pela Justiça, em duas instâncias, pelo mesmo tipo de crime, mas foi beneficiado com a substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direitos.
“Precisamos encorajar as outras vítimas, é um crime de violação sexual mediante fraude, é um estelionato sexual. É muito triste e muito sério”, disse a advogada, acrescentado que um homem já condenado pelo mesmo tipo de crime precisa ser parado.
Polícia Civil investiga
A reportagem procurou a Polícia Civil e perguntou quantas denúncias foram recebidas até agora, quais providências já foram tomadas e se já havia inquérito anterior contra o suspeito pela mesma acusação.
A polícia respondeu que instaurou um procedimento investigativo na Delegacia Especializada de Combate à Violência Sexual (Demid), na capital, e que “outras informações serão repassadas em momento oportuno”.
A reportagem tenta contato com o massagista.
Fonte: Globo Minas.