O tratamento do câncer de próstata, o tipo mais comum entre os homens brasileiros, está passando por uma transformação sem precedentes. O avanço de tecnologias como a cirurgia robótica, os testes genéticos e os novos medicamentos promete não apenas aumentar as taxas de cura, mas também preservar a qualidade de vida dos pacientes, reduzindo complicações como impotência e incontinência urinária.
Com a recente incorporação da cirurgia robótica ao Sistema Único de Saúde (SUS), pacientes terão acesso a procedimentos mais precisos e menos invasivos. O método, que permite movimentos delicados e visão ampliada da região operada, reduz sangramentos e acelera a recuperação. Estudos apontam que o uso da robótica pode diminuir em até 25% o risco de impotência após a cirurgia.
Além disso, a genômica vem revolucionando o diagnóstico e o tratamento. Por meio de testes moleculares, é possível identificar mutações no DNA do tumor e prever o comportamento da doença, distinguindo casos de evolução lenta daqueles mais agressivos. “Nem todo câncer de próstata é igual. Os testes genéticos permitem definir o tratamento mais adequado para cada paciente”, explica o oncologista Igor Morbeck, do Instituto Lado a Lado pela Vida.
Nos casos mais avançados, novas drogas hormonais, como apalutamida, enzalutamida, abiraterona e darolutamida, têm se mostrado eficazes em controlar o crescimento do tumor e ampliar a sobrevida, com menos efeitos colaterais.
Apesar dos avanços, o grande desafio continua sendo o acesso. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Brasil deve registrar 71,7 mil novos casos da doença em 2025, com cerca de 17,5 mil mortes anuais — reflexo da desigualdade no diagnóstico precoce entre o sistema público e o privado.
O Novembro Azul, mês de conscientização sobre o câncer de próstata, reforça a importância da prevenção e do diagnóstico precoce. Exames como o PSA e o toque retal, realizados de forma individualizada, podem detectar a doença em estágio inicial, quando as chances de cura ultrapassam 90%.
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Fonte: g1 – Saúde
