ONU alerta: 2025 deve ser o segundo ou terceiro ano mais quente já registrado no planeta

Por Dentro De Tudo:

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A Organização Meteorológica Mundial (OMM), órgão ligado à ONU, divulgou nesta quarta-feira (6) um alerta de que 2025 deverá ser o segundo ou o terceiro ano mais quente da história, mantendo a tendência de aquecimento extremo observada na última década. O relatório, apresentado às vésperas da COP30, em Belém (PA), destaca níveis recordes de emissões de gases do efeito estufa, calor nos oceanos e derretimento de geleiras.

Segundo a secretária-geral da OMM, Celeste Saulo, as temperaturas globais seguem em alta, e o mundo está cada vez mais distante da meta de limitar o aquecimento a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, conforme o Acordo de Paris. “Será praticamente impossível evitar ultrapassar temporariamente o limite de 1,5 °C nos próximos anos, mas ainda é essencial e possível retornar a esse patamar até o final do século”, afirmou.

O relatório indica que, de janeiro a agosto de 2025, a temperatura média global ficou 1,42 °C acima da era pré-industrial, um pouco abaixo do recorde de 2024, que chegou a 1,55 °C. Mesmo assim, o período entre 2015 e 2025 já é considerado a década mais quente desde o início dos registros meteorológicos, há 176 anos.

A OMM também registrou novos recordes na concentração dos principais gases do efeito estufa — dióxido de carbono (CO₂), metano (CH₄) e óxido nitroso (N₂O). O CO₂, por exemplo, atingiu 423,9 partes por milhão em 2024, o maior valor já observado.

Os impactos do aquecimento são sentidos em todo o planeta. A elevação do nível dos mares continua acelerando, o gelo polar atinge mínimos históricos e eventos climáticos extremos — como ondas de calor, secas, enchentes e incêndios — têm provocado desastres em diversos continentes.

Para o secretário-geral da ONU, António Guterres, que citou o relatório em discurso na Cúpula dos Líderes da COP30, “cada ano que ultrapassa o limite de 1,5 °C representa danos irreversíveis, amplia desigualdades e ameaça economias inteiras”.

O documento reforça o apelo por ações imediatas e coordenadas para reduzir emissões, acelerar a transição energética e ampliar o financiamento climático internacional, sob pena de o mundo enfrentar uma crise ambiental de proporções sem precedentes.

📷 Crédito da foto: AP Photo/Charlie Riedel

📎 Fonte: g1 / Organização Meteorológica Mundial (ONU)

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