A violência contra pessoas em situação de rua aumentou de forma preocupante em Minas Gerais em 2025. Entre janeiro e setembro, 40 pessoas foram assassinadas no estado, o que representa uma alta de quase 50% em relação ao mesmo período do ano passado.
Em Belo Horizonte, os homicídios desse público cresceram 43%, e os casos de agressão e lesão corporal também dispararam. Somente na capital mineira, foram 56 registros de agressão e 155 de lesão corporal contra pessoas em situação de rua nos nove primeiros meses do ano.
Dados do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania apontam que, no Brasil, o Disque 100 recebeu 724 denúncias de violações de direitos dessa população no mesmo período. Em Minas, foram 218 vítimas apenas em Belo Horizonte, em casos que envolvem agressões físicas, negligência e outros tipos de violência.
De acordo com o pesquisador Cristiano Silva, do Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua (OBPopRua/UFMG), a falta de compreensão sobre a vulnerabilidade desse grupo contribui para a escalada da violência.
“Tem vários casos e relatos de violência, principalmente de agentes públicos, em razão da falta de compreensão sobre a vulnerabilidade dessas pessoas”, afirmou.
Em nota, o Governo de Minas informou que tem reforçado ações de apoio à população em situação de rua, com capacitação de municípios e repasses por meio do Piso Mineiro de Assistência Social, que somaram R$ 131 milhões em 2025. Os recursos são destinados à manutenção de Centros Pop, abrigos, casas de passagem e repúblicas.
Um levantamento da UFMG mostra que Minas Gerais é o terceiro estado com mais pessoas em situação de rua no Brasil, com 32.685 sem-teto — atrás apenas de São Paulo (148.730) e Rio de Janeiro (33.081). Entre as capitais, Belo Horizonte também ocupa o terceiro lugar, com 15.359 pessoas vivendo nas ruas.
📍 Fonte: MG1 — Belo Horizonte / Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) / Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania
📷 Foto: TV Globo / Divulgação




















