Após bomba falsa no Rodoanel, motorista desmaia em choque: o que faz o corpo ‘colapsar’ em situações extremas

Por Dentro De Tudo:

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Na Grande São Paulo, um caminhoneiro identificado como Dener dos Santos, de 52 anos, desmaiou após ser retirado de sua carreta, onde permaneceu imobilizado por mais de quatro horas, acreditando carregar explosivos. A situação se desenrolou no Rodoanel e foi registrada por equipes do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) da Polícia Militar. Segundo informações da PM, o motorista apresentava sinais de estresse pós-traumático agudo, como tremores e dores, que são indicativos do impacto emocional e fisiológico de estar em uma situação de risco percebido de morte.

O termo “choque”, muitas vezes utilizado para descrever um susto intenso, na medicina refere-se a uma falha grave no sistema circulatório, que impede que sangue e oxigênio cheguem adequadamente aos órgãos. O cirurgião cardiovascular Ricardo Katayose, da BP — A Beneficência Portuguesa de São Paulo, esclarece que o choque é um sinal de gravidade. Ele destaca que o paciente pode apresentar instabilidade hemodinâmica, com pressão arterial em queda e risco de perda da função neurológica, exigindo cuidados intensivos.

O médico explica que existem diferentes tipos de choque, como o hemorrágico, séptico, cardiogênico e neurogênico, cada um relacionado a causas específicas que requerem intervenções rápidas. No caso do motorista do Rodoanel, não se observou choque fisiológico, mas sim um choque emocional agudo, uma reação extrema ao estresse traumático, que pode resultar em desorientação, tremores, queda de pressão, desmaio e dores.

O choque emocional é uma resposta imediata do organismo a uma ameaça extrema, mesmo que não se concretize. A percepção de risco, como em situações de sequestro ou explosivos, ativa o chamado “modo de sobrevivência”, gerando uma descarga de adrenalina e cortisol, preparando o corpo para a fuga ou luta. Contudo, essa ativação prolongada pode levar à exaustão, resultando em desmaios frequentes após eventos estressantes.

Após um episódio como o enfrentado por Dener dos Santos, o atendimento médico se divide entre a avaliação física e emocional. É necessário garantir que não há riscos imediatos, monitorando a saúde do paciente, controlando a pressão arterial e fornecendo suporte psicológico, se necessário. A observação hospitalar é crucial para identificar possíveis complicações físicas e monitorar o estado emocional da vítima.

Em alguns casos, o estresse pode evoluir para o Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), que se manifesta por meio de lembranças invasivas, pesadelos e uma constante sensação de vigilância, mesmo após o perigo ter passado. Os sintomas físicos, como taquicardia e tensão muscular, também podem ocorrer.

É importante buscar ajuda médica se surgirem sinais de alerta, como desmaios, dor no peito ou insônia persistente. A intervenção precoce é fundamental para aumentar as chances de recuperação e evitar a cronicidade do quadro.

Crédito da foto: Reprodução/TV Globo. Fonte: g1.

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