O mal súbito ao volante se tornou uma das principais causas de acidentes de trânsito no Brasil, sendo responsável por 811 ocorrências nas rodovias federais no ano passado. Até setembro de 2025, já foram registrados 590 acidentes, resultando em 1.220 feridos e 359 mortes. Esses números não incluem as estradas estaduais e vias municipais, o que indica que a situação é ainda mais grave.
Um exemplo recente ocorreu em São Paulo, onde uma câmera de segurança registrou um ônibus que invadiu um estacionamento na Zona Oeste. O motorista, Eriosvaldo, sofreu um mal súbito enquanto dirigia, levando o veículo a perder o controle. Eriosvaldo, que é hipertenso e faz uso contínuo de medicamentos, teve sua pressão arterial medida em 20 por 9 após o acidente, um quadro considerado severo. Ele não se lembra do que aconteceu, apenas relata que estava subindo e, de repente, ficou inconsciente.
Outro incidente impressionante aconteceu na Zona Sul da capital, onde Raílson, também hipertenso, perdeu o controle do carro e desceu uma escadaria de 74 degraus. Ele havia esquecido de tomar seu remédio para pressão naquele dia e não se recorda do acidente. Apesar da gravidade da situação, ele não se feriu e não atingiu ninguém.
Casos semelhantes têm sido reportados em diversas partes do Brasil. Em São Benedito, no Ceará, um motorista de van colidiu com um carro e atingiu uma moto. Em Ituverava, em São Paulo, um carro desgovernado colidiu contra um poste, enquanto em Campinas, também em São Paulo, um veículo invadiu a calçada, quase atropelando uma pedestre. Em todas essas situações, os motoristas alegaram ter sofrido mal súbito.
De acordo com o Dr. Flavio Emir Adura, diretor científico da Abramet, o mal súbito é um evento médico agudo, como parada cardíaca, desmaio ou convulsão. Ele enfatiza que, segundo estudos internacionais, essa condição é responsável por 5% a 10% dos acidentes graves. As causas mais comuns incluem problemas cardíacos, como infarto e arritmias, além de acidentes vasculares cerebrais (AVC), hipoglicemia, crises de epilepsia e o uso de substâncias como álcool e drogas.
A prevenção é fundamental, especialmente para pessoas com doenças crônicas. O Dr. Flavio recomenda que ninguém dirija em dias em que se sinta mal.
Fonte: g1. Crédito da foto: Fantástico.
