No dia 19 de novembro, quando se celebra o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino, histórias de mulheres à frente de franquias em diversas regiões do país evidenciam a força do público feminino no setor. Segundo o Sebrae, em 2024 o Brasil registrou mais de 10,3 milhões de mulheres empreendendo — cerca de 34% de todos os empreendedores do país. O número representa um crescimento de 42% desde 2012. No franchising, dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF) mostram que três em cada dez operações (32,2%) já são lideradas por mulheres, que também se tornaram maioria nas redes franqueadoras, passando de 46% para 57% entre 2015 e 2024.
Uma das histórias de destaque é a de uma empresária que iniciou sua trajetória após a aposentadoria e, ao longo de duas décadas, expandiu sua primeira franquia de lavanderia para 17 unidades. Ela atribui o sucesso ao acompanhamento diário, à dedicação e à capacitação constante das equipes, fatores que considera indispensáveis em um mercado que ainda enfrenta carência de profissionais qualificados.
Outra empreendedora transformou lembranças afetivas em negócio. Cliente assídua de um restaurante que frequentava com a mãe na infância, encontrou na franquia a oportunidade de realizar um sonho após enfrentar momentos pessoais difíceis. A relação construída ao longo dos anos com a marca foi determinante para assumir a unidade e dar continuidade a uma história que começou ainda na adolescência.
A maternidade também impulsionou mudanças significativas. Uma engenheira deixou uma carreira consolidada em grandes empresas em busca de mais autonomia para se dedicar aos filhos. O empreendedorismo surgiu como alternativa para manter a atuação profissional sem abrir mão da rotina familiar. A escolha por uma cafeteria franqueada uniu experiência, paixão pelo varejo e flexibilidade de horários.
Outra trajetória inspiradora é a de uma ex-consultora de vendas que cresceu dentro de uma rede de calçados infantis, chegando à gerência e aos cargos estratégicos. Anos depois, retornou à marca como franqueada, assumindo a gestão de uma unidade e aplicando na prática todo o conhecimento adquirido ao longo da carreira, o que impulsionou o desempenho do negócio.
Há também a história de uma gerente de restaurante que transformou sua experiência em liderança na abertura do próprio empreendimento. Após a inauguração da primeira unidade, consolidou o modelo de gestão e ampliou sua atuação com novas operações, reforçando que vencer o medo inicial foi essencial para trilhar o caminho como empresária.
No setor da educação, uma policial militar, pedagoga e publicitária encontrou no empreendedorismo uma forma de suprir a carência de espaços que unissem reforço escolar e tecnologia. Motivada pela maternidade, investiu em uma franquia voltada ao ensino e à inovação. Em poucas semanas, conquistou dezenas de alunos, aprendeu a delegar funções e passou a equilibrar três jornadas — empresarial, familiar e profissional — mantendo o negócio em crescimento.
Também chama atenção a história de uma franqueada que enfrentou meses de portas fechadas após uma grande enchente que atingiu sua região. Mesmo atuando à distância e grávida, manteve o atendimento aos clientes até conseguir reabrir o empreendimento totalmente reformado. Para ela, ver o negócio de pé novamente simboliza superação e reconstrução.
As histórias mostram que, apesar dos desafios, as mulheres seguem expandindo seu espaço no franchising, consolidando-se como líderes, inovadoras e protagonistas em um dos setores mais dinâmicos da economia brasileira.



















