Clínica é investigada por emitir R$ 361 milhões em notas para fundo ligado a banco

Por Dentro De Tudo:

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Uma clínica médica instalada em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, está no centro das investigações que resultaram na prisão do proprietário de uma grande instituição financeira do país. Segundo a apuração federal, o estabelecimento emitiu centenas de milhões de reais em notas comerciais entre 2021 e 2025, usadas para inflar artificialmente o patrimônio do banco.

As notas eram adquiridas exclusivamente por um fundo de investimento cujo único cotista é a própria instituição financeira, criando um ciclo fechado que levantou suspeitas na Comissão de Valores Mobiliários. O valor declarado superava em larga escala a receita real da clínica, cujo capital social é inferior a 1 milhão de reais. A Justiça Federal apontou que a operação mascarava a real situação econômica do banco, podendo induzir investidores ao erro.

Outra unidade de saúde do mesmo grupo empresarial, também localizada em Contagem, teria repetido o padrão ao emitir mais de duzentos milhões de reais em títulos semelhantes. Investigadores acreditam que a responsável pelas empresas atuava como intermediária para beneficiar o esquema.

A operação policial que desencadeou a prisão do empresário foi deflagrada na semana anterior, quando ele tentou deixar o país por um aeroporto. As autoridades apontam movimentações fraudulentas que ultrapassam 12 bilhões de reais, envolvendo gestão temerária, distorção contábil e organização criminosa.

Em nota, a clínica afirmou que todas as atividades seguem as normas legais, que a sócia citada tem participação minoritária e que toda a documentação foi enviada voluntariamente às autoridades. A empresa declarou confiança no esclarecimento integral dos fatos.

Crédito do texto: g1 Minas

Fonte da foto: g1 / Reprodução

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