Uma servidora pública da Polícia Civil de Minas Gerais foi indiciada após a conclusão do inquérito que apurou o desvio de cerca de 220 armas de fogo de uma delegacia na Região do Barreiro, em Belo Horizonte. Detida preventivamente, ela deve responder por peculato, crime previsto no artigo 312 do Código Penal, com pena que pode chegar a 12 anos de prisão.
Segundo a Polícia Civil, as investigações apontaram que o armamento foi retirado da delegacia ao longo de meses e parte dele acabou vendida a organizações criminosas, incluindo facções atuantes no estado. O esquema teria movimentado valores significativos, usados pela investigada para adquirir veículos de alto padrão e realizar procedimentos estéticos.
O desvio só foi descoberto após um suspeito ser flagrado portando uma arma que deveria estar apreendida na unidade. A partir daí, a corregedoria iniciou a apuração e identificou indícios de que a servidora retirava armas do setor utilizando a própria bolsa. Imagens de câmeras de segurança registraram movimentações suspeitas dentro da delegacia.
A servidora, que ingressou na instituição após concurso público realizado em 2013, já havia atuado em outros setores da Polícia Civil e estava lotada na delegacia onde o desvio ocorreu desde 2020. Ela permanece presa preventivamente enquanto o Ministério Público analisa o caso para decidir se apresentará denúncia à Justiça.
A defesa afirma que a prisão é desproporcional e nega que as imagens mostrem qualquer armamento sendo removido. Os advogados alegam que nada ilícito foi encontrado durante as buscas e que vão solicitar liberdade provisória.
Com o encerramento do inquérito, o caso segue agora para avaliação do Ministério Público, que pode apresentar denúncia e levar a investigada a julgamento.
Fonte do texto: g1 Minas
Foto: Reprodução / g1 Minas

















