Uma investigação revelou a atuação de quadrilhas que compram e vendem bancos de dados contendo informações pessoais de vítimas para aplicar golpes por telefone. Em São Paulo, criminosos têm comercializado listas com milhares de registros — incluindo nome, endereço, CPF, telefone e até informações financeiras — tornando as fraudes cada vez mais sofisticadas.
Durante a apuração, um vendedor ilegal ofereceu um pacote de 90 gigabytes de dados, com filtros por estado, cidade, operadora e categorias de pessoa física e jurídica. Esses bancos de dados também circulam em grupos de redes sociais, onde estelionatários acessam rapidamente informações completas a partir de um simples número de telefone.
De acordo com a Polícia Civil, esses grupos contam com o suporte de outras redes criminosas, que fornecem ferramentas capazes de mascarar números de telefone, fazendo com que chamadas fraudulentas apareçam no visor do celular como se fossem de bancos ou gerentes reais. Em um dos casos registrados, o golpista possuía dados completos da vítima e ainda conseguiu clonar o número da agência, tornando a abordagem extremamente convincente.
Uma das vítimas relatou ter perdido mais de meio milhão de reais após acessar um link falso enviado pelo suposto “gerente”. A página imitava perfeitamente o site do banco, permitindo que os criminosos capturassem informações e realizassem 35 transferências em sequência.
A Polícia orienta que, ao receber ligações suspeitas — mesmo que o número exibido pareça oficial — o consumidor desligue imediatamente e entre em contato com a instituição financeira pelos canais oficiais. Vazamentos de dados e golpes telefônicos têm se tornado mais frequentes, exigindo atenção redobrada e medidas de segurança como autenticação em duas etapas e monitoramento constante de contas.
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