Os dois funcionários de um bar envolvidos nas agressões que resultaram na morte de Alice Martins Alves, de 33 anos, foram indiciados pela Polícia Civil e denunciados pelo Ministério Público por feminicídio qualificado. A vítima, uma mulher trans, morreu após complicações das lesões sofridas em 23 de outubro, quando foi perseguida e espancada por deixar o local sem pagar uma conta de R$ 22.
De acordo com as investigações, a violência foi motivada por transfobia e pela intenção dos agressores de “punir” Alice, segundo a delegada responsável pelo caso. Câmeras de segurança registraram os gritos de socorro da vítima, que só não morreu no local porque um motoboy interveio e interrompeu as agressões.
O Ministério Público entendeu que o crime se enquadra como feminicídio por ter sido praticado contra uma mulher em contexto de discriminação e menosprezo à identidade de gênero. A promotoria também apontou motivo fútil e emprego de meio cruel, já que toda a ação teve como origem uma cobrança de baixo valor.
Um dos garçons tem antecedentes por roubo e uso de drogas. A Polícia Civil já havia solicitado a prisão dos suspeitos em novembro, mas o pedido foi negado. Com a conclusão do inquérito, a corporação reiterou a solicitação.
Alice chegou a ser atendida na UPA Centro-Sul e procurou atendimento novamente dias depois, relatando dores e complicações. Ela perdeu peso rapidamente e morreu no dia 9 de novembro, após um quadro de choque séptico. A certidão de óbito confirmou danos internos decorrentes das agressões.
Familiares relataram que a vítima vinha sofrendo desde o espancamento, apresentando sangramentos, dores intensas e dificuldades de locomoção. Alice foi sepultada em 10 de novembro.
A Polícia Civil ressaltou que já havia sido realizado um exame de corpo de delito comprovando as lesões provocadas pela violência, motivo pelo qual o corpo não passou por nova necrópsia após o falecimento.
Créditos: Texto reescrito a partir de reportagem do g1 Minas.
Foto: Redes sociais / g1 Minas.















