A Polícia Civil de Minas Gerais prendeu nesta terça-feira, 10 de outubro, um personal trainer de 31 anos, investigado por aplicar uma série de golpes financeiros contra seus alunos. O prejuízo total já ultrapassa R$ 500 mil, conforme informações da 1ª Delegacia Especializada de Investigação de Fraudes, que está à frente do caso. A prisão preventiva foi realizada no bairro Nova Suíça, em Belo Horizonte, acompanhada de um mandado de busca e apreensão.
As investigações tiveram início em junho, quando uma vítima procurou a delegacia para relatar que havia contratado um plano anual no valor de R$ 9 mil. O personal trainer alegou problemas recorrentes na máquina de cartão e pediu que a cliente realizasse o pagamento novamente. Quando a fatura chegou, a vítima se deparou com três cobranças, totalizando R$ 27 mil. Apesar disso, o investigado começou a desmarcar aulas e a faltar aos compromissos, impedindo a prestação do serviço contratado.
A partir desse relato, a Polícia Civil conseguiu identificar outras vítimas, muitas delas jovens médicas de Belo Horizonte, embora também houvesse homens e profissionais de outras áreas entre os prejudicados. A delegada Bianca, responsável pelo inquérito, informou que o suspeito abordava clientes em potencial diretamente pelo Instagram, repetindo o mesmo padrão de oferta e cobrança. Em alguns casos, mulheres que tiveram relacionamentos com o investigado também relataram danos financeiros, incluindo empréstimos feitos a pedido dele e o uso de máquinas de cartão em nome de terceiros.
Durante a coletiva de imprensa, a delegada revelou que o personal trainer chegou a contatar delegadas de polícia pela mesma rede social para oferecer pacotes de treinamento, o que reforçou a ideia de que ele estava enviando mensagens indiscriminadamente a possíveis alvos, priorizando mulheres jovens.
A polícia também apontou que o investigado utilizava contas e aparelhos registrados em nome de ex-namoradas para continuar com o esquema. Uma dessas ex-namoradas registrou um dos maiores prejuízos, que incluía um empréstimo feito a pedido do personal e que nunca foi pago. A equipe da 1ª Delegacia confirmou que o suspeito já responde a ocorrências por violência doméstica, com pedidos de medida protetiva feitos por pelo menos duas mulheres.
Apesar da repercussão do caso nas redes sociais ao longo do ano, o personal continuou a atender em academias de diferentes perfis e também oferecia serviços domiciliares. Segundo a delegada, o esquema funcionou por cerca de um ano e meio, e o número de vítimas pode aumentar, uma vez que várias pessoas mencionadas ainda não procuraram a polícia, sugerindo que o prejuízo total pode ser maior do que o já identificado.
A Polícia Civil destacou que o investigado ainda não foi indiciado, pois a análise do material recolhido nesta terça-feira deve complementar a investigação. Até o momento, ele responde por estelionato. A delegada e sua equipe pedem que outras vítimas procurem a 1ª Delegacia Especializada de Fraudes para formalizar seus relatos e auxiliar na responsabilização do suspeito.
Crédito da foto: DeFato Online. Fonte: DeFato Online.

















