A decisão do Supremo Tribunal Federal que autorizou buscas contra uma assessora da Câmara expôs, de forma pública, as denúncias feitas pelos parlamentares Cleitinho (Republicanos-MG), Adriana Ventura (Novo-SP), José Rocha (União Brasil-BA) e Glauber Braga (PSOL-RJ) sobre suspeitas de pressões, intimidações e irregularidades na distribuição de emendas parlamentares em Brasília.
Nos pronunciamentos analisados pelo ministro Flávio Dino, Cleitinho afirmou que o modelo de liberação de recursos continuava concentrado na atuação da assessora Mariângela Fialek, conhecida como Tuca, sugerindo a continuidade de práticas similares ao antigo orçamento secreto. Adriana Ventura apontou a falta de transparência e a centralização das indicações de verbas por assessores ligados à Presidência da Câmara, apesar do fim formal do mecanismo.
José Rocha relatou ter recebido documentos que somavam mais de R$ 1 bilhão em emendas sem identificação de autoria e disse ter sido pressionado após pedir esclarecimentos, mencionando inclusive uma ameaça de perda de posição em comissão. Glauber Braga destacou repasses elevados a municípios ligados politicamente à cúpula da Casa, citando valores que, segundo ele, não tinham justificativa técnica para serem destinados a determinadas regiões.
Com base nesses relatos, a Polícia Federal instaurou investigação e apontou indícios de que a assessora mantinha controle de indicações, beneficiários e destinação das emendas, além de possível risco de destruição de provas. Diante do material reunido, o ministro autorizou buscas na casa e no gabinete da servidora, além da quebra de sigilos telefônico e telemático. Ela também foi afastada de funções relacionadas à liberação de recursos durante o andamento das apurações.
A investigação prossegue, e a PF busca esclarecer o alcance do esquema e o possível direcionamento de verbas públicas.
Crédito da matéria: O Tempo
Crédito da foto: Senado Federal / Reprodução
















