Ultraprocessados aumentam risco de exagero alimentar em adolescentes, aponta estudo

Por Dentro De Tudo:

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Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Virginia Tech indica que o consumo frequente de alimentos ultraprocessados pode afetar de forma negativa o comportamento alimentar de adolescentes, aumentando o risco de ingestão exagerada de calorias, mesmo na ausência de fome.

A pesquisa avaliou jovens entre 18 e 25 anos e revelou que participantes mais novos, na faixa de 18 a 21 anos, passaram a consumir mais calorias após duas semanas seguindo uma dieta rica em ultraprocessados. O comportamento não se repetiu entre jovens de 22 a 25 anos, sugerindo maior vulnerabilidade dos adolescentes tardios a esse tipo de alimento.

O experimento foi realizado com 27 voluntários saudáveis, que passaram por dois períodos distintos de 14 dias: um com dieta composta majoritariamente por ultraprocessados e outro baseado apenas em alimentos minimamente processados. As dietas tinham o mesmo valor calórico e equilíbrio nutricional, o que permitiu aos pesquisadores avaliar especificamente o impacto do grau de processamento dos alimentos.

Ao final de cada etapa, os participantes foram submetidos a um café da manhã liberado, no qual podiam comer à vontade. Entre os mais jovens, houve aumento significativo da ingestão calórica após o período com ultraprocessados, além de maior tendência a beliscar alimentos mesmo após relatarem saciedade.

Segundo os pesquisadores, esse comportamento está associado ao maior risco de ganho de peso ao longo do tempo. A explicação pode estar no desenvolvimento do cérebro: durante a adolescência, áreas ligadas à recompensa amadurecem antes das regiões responsáveis pelo autocontrole, o que torna alimentos altamente palatáveis mais difíceis de resistir.

O estudo utilizou a classificação Nova, que define ultraprocessados como produtos industriais com muitos aditivos, como refrigerantes, biscoitos recheados, salgadinhos e refeições prontas. Pesquisas anteriores já relacionam esse tipo de alimentação ao aumento de obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares.

Os autores destacam que, embora o estudo tenha duração curta e amostra limitada, os resultados reforçam a importância de reduzir o consumo de ultraprocessados entre adolescentes e jovens adultos, especialmente em ambientes como escolas e universidades, onde esses produtos são amplamente disponíveis.

Fonte: g1

Foto: Caled Oquendo / Pexels

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