Redes sociais transformam intimidade em vitrine e impactam autoestima e desejo sexual

Por Dentro De Tudo:

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A pressão por “performar” nas redes sociais tem mudado a forma como as pessoas se relacionam com a própria sexualidade. Em plataformas digitais, narrativas de vidas sexuais intensas, corpos padronizados e relacionamentos idealizados ganham visibilidade e passam a funcionar como parâmetro de comparação, o que pode gerar frustração, ansiedade e queda da autoestima.

Especialistas apontam que a exposição constante a esse conteúdo cria uma sexualidade de vitrine, em que o sexo deixa de ser espaço de intimidade e conexão para se tornar status social. A comparação frequente com padrões irreais faz com que muitas pessoas se sintam inadequadas por não viverem a mesma intensidade ou frequência vistas online.

Outro fator citado é a lógica dos aplicativos de relacionamento, que reforça a sensação de “cardápio infinito” e impõe uma cobrança para estar sempre disponível, interessante e sexualmente ativo. Nesse contexto, o sexo pode passar a ser encarado como uma meta de produtividade, e não como fonte de prazer, aumentando o estresse emocional.

Práticas como o envio de mensagens e imagens íntimas, que poderiam ser consensuais e lúdicas, também acabam se transformando em exigências, antecedendo a construção de vínculos e gerando ansiedade de performance antes mesmo do contato físico. Quando segurança emocional e conforto se perdem, o prazer tende a diminuir.

Especialistas destacam que vida sexual ativa não é sinônimo de bem-estar. O equilíbrio está na qualidade das relações, no respeito aos próprios limites e na autonomia sobre o corpo e os desejos. A libido não é linear, e períodos de menor interesse sexual fazem parte da experiência humana.

A orientação é buscar reconexão consigo mesmo, reduzir a comparação e lembrar que a sexualidade é íntima e pessoal — não precisa de validação pública para ser legítima.

Fonte da matéria: O Tempo

Fonte da foto: iStockphoto

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