O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva encerra 2025 com a dívida pública em nível recorde. Dados da Receita Federal indicam que, em outubro, o endividamento alcançou cerca de R$ 8,5 trilhões, o equivalente a 78,3% do PIB. Já as contas do Banco Central apontam dívida do setor público consolidado em R$ 9,75 trilhões.
Especialistas avaliam um cenário fiscal desafiador, marcado pela manutenção da Selic em patamar elevado e pela dificuldade de equilibrar as contas públicas. Relatórios técnicos apontam que o crescimento das despesas obrigatórias e a flexibilização do arcabouço fiscal — que substituiu o teto de gastos — pressionam o resultado primário e ampliam o endividamento.
Entre os fatores citados pelo governo para explicar o aumento estão a incorporação de precatórios, compensações a estados por mudanças no ICMS em 2022 e gastos extraordinários com enchentes no Rio Grande do Sul. A gestão também destaca o impacto do reajuste real do salário mínimo sobre programas sociais e a Previdência.
Por outro lado, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, atribui a principal pressão à taxa básica de juros, afirmando que quase metade da dívida está atrelada à Selic. Segundo ela, juros elevados encarecem o crédito, limitam o crescimento e ampliam o custo do serviço da dívida, reduzindo espaço para investimentos e políticas públicas.
Fonte da matéria: O Tempo
Fonte da foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
