Trabalhadores obrigados a dançar Gretchen por não bater meta recebem indenização

Por Dentro De Tudo:

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Mais de 20 ex-funcionários de uma companhia telefônica de Goiânia entraram na Justiça após serem submetidos a uma “prenda” ao não conseguirem bater as metas diárias de vendas da empresa.

No processo, os trabalhadores alegam terem sido coagidos a passar por situações vexatórias na frente dos colegas. As prendas eram anunciadas por meio de uma mensagem circular enviada aos funcionários.

Em um dos comunicados, emitido pela empresa Life Mobile Telecom Eireli e pela Vivo, os trabalhadores eram informados que teriam que interpretar a música “Conga, conga, conga” da Gretchen em uma sala de reuniões.

“Prezados colaboradores, quem não realizar imput de venda hoje terá que pagar prenda na sala de reunião. Prenda do dia: imitar a Gretchen. Observação: o líder do vendedor deverá acompanhá-lo”, diz a mensagem.

Em conversa com a reportagem nesta sexta-feira (16), a advogada trabalhista Danyelle Zago, que representa 22 dos funcionários que acionaram a Justiça, disse que as prendas eram diárias. Os trabalhadores serão indenizados de R$ 3 a R$ 10 mil cada um.

“Quando não batiam a meta diária, eles tinham que se submeter a dançar ‘na boquinha da garrafa’, imitar a Gretchen, imitar macaco, fazer polichinelo. Sempre tinha uma prenda por dia e todos os funcionários que represento tiveram que passar por elas. Em todos os processos houve condenação por danos morais”, explica.

Trabalhador consegue aumentar indenização

Em decisão publicada na última sexta-feira (9), o juiz Rodrigo Dias da Fonseca, da 3ª Vara do Trabalho de Goiânia, determinou o aumento da indenização por danos morais a ser recebida por um dos ex-funcionários.

O processo menciona as empresas Telefônica Brasil S.A, Life Mobile Telecom Eireli e Cerrado Digital Telecom Ltda.

Em uma primeira decisão, a Justiça do Trabalho havia determinado o pagamento de R$ 1,5 mil por assédio moral e R$ 1,5 mil por atraso de salários. O ex-funcionário entrou com recurso e agora receberá um total de R$ 10 mil.

“Todos os trabalhadores batiam a meta mensal, basicamente. A empresa forçava eles a trabalhar o máximo possível para não ser exposto a essa prenda do dia. Aqueles que se recusassem a cumprir a prenda ficavam mal vistos perante os colegas, já que todos pagavam. Todos faziam isso com medo de perder o emprego, de sofrer alguma represália”, explica a advogada.

Em nota enviada ao BHAZ, a Vivo disse repudiar veemente “todo e qualquer ato que possa causar constrangimentos e destaca que não possui mais vínculo comercial de distribuição de produtos com a empresa citada no processo”.

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