Minas Gerais corre sério risco de ver o retorno de doenças como a Poliomielite entre as crianças da maior parte de seus municípios. A constatação foi apresentada durante audiência pública na Comissão de Educação, Ciencia e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) na quarta-feira (9/11/22) e acende um alerta entre especialistas de saúde de todo o estado.
A diretora de Vigilância de Agravos Transmissíveis da Secretaria de Estado de Saúde, Marcela Lencine Ferraz, apresentou dados e ressaltou que 765 municípios mineiros, 89% do total, estão com a classificação de risco alta para a reintrodução de doenças imunopreviníveis, que podem ser evitadas com a vacinação, como a Poliomielite, Sarampo e Influenza.
“Não atingimos nenhuma das metas nacionais nas campanhas de vacinação desse ano. Temos um contingente importante de crianças que precisam ser vacinadas. Contra a Poliomielite tivemos 84%, a meta era 96%. Parece uma diferença pequena, mas esse passivo vai acumulando ao longo dos anos e desde 2016 estamos tendo quedas muito expressivas. O risco de recrudescimento de doenças que estavam sob controle é muito real”., aponta.
Ela deu destaque também para a baixa vacinação entre adolescentes, que não costumam frequentar os serviços de saúde. “No Sistema Único de Saúde (SUS) temos sete vacinas disponíveis para adolescentes, mas muitos familiares não estão cientes da necessidade de vacinação. Precisam ser adotadas estratégias mais amplas. As campanhas de vacinação em ambientes escolares têm tido bons resultados e penso que se conseguíssemos ampliar isso, por meio do Saúde na Escola, seria importantíssimo”, completa.
Meningite C é objetivo da vez
Segundo a diretora, foram realizadas oficinas e discussões ao longo do ano para tentar entender os problemas em vários municípios. E o governo está ampliando a vacinação para Meningite C em Minas Gerais, para população entre 16 e 30 anos, além de trabalhadores da saúde, professores e trabalhadores da educação superior.
A ampliação do público-alvo tem como objetivo aumentar a proteção contra a doença, que, desde 2017, não atinge a meta de cobertura.
Fonte: ALMG