O Corpo de Bombeiros, em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), desenvolve uma tecnologia para prever inundações em Minas Gerais. A ferramenta vai servir como um apoio na tomada de decisão e ação de salvamento.
O estudo utiliza a análise e combinações de dados para identificar as áreas com maior potencial de enchentes.
O projeto acompanha as seguintes variáveis:
- Biofísicas, como os canais fluviais que já são conhecidos pelo acúmulo de água, altimetria, índices de precipitação e permeabilidade do solo.
- Socioculturais, como a assimilação do uso do solo em todo território, índices de fragilidade social e ações de resiliência (saneamento básico, habitação e meio ambiente) dos municípios.
A junção dos fatores de vulnerabilidade e exposição resultou na criação de um modelo composto por cinco classificações de risco: muito alto, alto, moderado, baixo e muito baixo.
Mas o que isso quer dizer e como pode ajudar a população na prática?
O sargento Charles Fonseca, doutorando em análise e modelagem de sistemas ambientais pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), é um dos integrantes da equipe, composta por militares e civis.
Ele dá dois exemplos para explicar como a tecnologia pode melhorar o atendimento nas regiões com risco de inundação:
- No caso do Corpo de Bombeiros, é possível deslocar mais equipes e equipamentos, como barcos, para as áreas em potencial risco indicadas no modelo. Algumas regiões podem não contar com o necessário para uma resposta rápida.
- No caso da Secretaria de Saúde, é possível enviar medicamentos profiláticos e agentes sanitários para apoiar e expandir o atendimento local, principalmente com demandas relacionadas a doenças causadas pela água.
“A vantagem do modelo em relação a um mapa é que ele não é mais estático. Quando se insere um conjunto de dados, ele vai te dar uma resposta sobre a mancha de inundação, que pode mudar com o tempo, principalmente quando há uma série de variações climatológicas. A gente está olhando para o tempo à frente”, afirma o sargento.
O estudo foi validado com informações de atendimentos do Corpo de Bombeiros e da SES-MG e, até o momento, demonstrou alta assertividade para previsões futuras.
Fonte: Globo Minas.