Comemorado de diferentes formas ao redor do mundo, o 6 de janeiro é popularmente conhecido no Brasil como o dia em que se desmontam os enfeites natalinos. Mas em diversas regiões do país, o Dia de Reis é marcado também por tradicionais festas populares, com cortejos, músicas e comida.
Trazida para a América Latina pelos colonizadores portugueses e espanhóis, a festa católica – que celebra o dia em que os três reis magos visitaram e presentearam o recém-nascido Jesus Cristo – foi incorporada no Brasil e, como era de se esperar, tomou por aqui suas próprias formas.
Ainda que tenha no primeiro dia 6 do ano o seu auge e término, a festa pode acontecer desde o dia 24 de dezembro e é também comemorada sob o nome de Folia de Reis ou Reisado.
Com variações de acordo com cada geografia, além dos reis Baltazar, Belchior (ou Melchior) e Gaspar, são também cultuados São Sebastião, São Benedito e Nossa Senhora da Conceição. Os cortejos podem misturar temas sacros e profanos e elementos sincréticos.
Além disso, é disseminada popularmente a simpatia de, em 6 de janeiro, comer romã e colocar três de seus caroços na carteira, para que não falte dinheiro ao longo do ano.
No Nordeste, o Reisado acontece em estados como Alagoas, Sergipe e Bahia. Comumente a festa é composta por músicos, cantores e dançarinos com roupas típicas coloridas e estandartes que, guiados por um mestre, percorrem as ruas das cidades, de porta em porta, fazendo louvações e recebendo prendas dos donos das casas.
Em Salvador (BA) nessa quinta-feira (6) as celebrações terão restrições por conta da pandemia de covid-19 e do surto de influenza. O tradicional desfile de Terno de Reis que acontece no bairro da Lapinha foi suspenso e substituído por uma celebração na Paróquia que leva o mesmo nome do bairro.
O Dia de Reis também é tradicional no Sudeste. Em cidades do interior paulista, como Pacaembu, Presidente Prudente e Rinópolis, é comum que a organização das festividades seja responsabilidade de determinadas famílias, que passam a tradição por gerações.
Nesses municípios, as folias também foram mais tímidas por conta da pandemia nesse início de 2022, mas não deixaram de acontecer. Em Pacaembu (SP), o grupo Estrela Dalva Folia de Reis fez apresentações musicais nesta quarta (5) em frente ao presépio da cidade.
Patrimônio cultural imaterial de Minas Gerais
No estado mineiro, as manifestações culturais religiosas do Dia de Reis são bastante enraizadas. Em 2017, quando as folias foram reconhecidas como patrimônio cultural imaterial de Minas Gerais, o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico do estado (Iepha-MG) registrou a existência de 1.255 grupos em 326 municípios.
Entre as cidades mineiras com forte tradição dos grupos que fazem as festividades – também chamados de terno, companhias ou caravanas – estão Uberaba, João Pinheiro, Uberlândia e Presidente Olegário.
Durante o cortejo, comumente são representados personagens como reis, rainhas, palhaços e bastiões que são conduzidos por cantos, violas, cavaquinhos, violões, pandeiros, sanfonas, caixas e tambores.
Origem do Dia de Reis
O 6 de janeiro, conhecido no calendário cristão também como o dia da Epifania, é a data em que, de acordo com a Bíblia, os reis magos que viajaram desde o Oriente para visitar Jesus Cristo, chegaram, doze dias depois de seu nascimento, e tiveram a confirmação da chegada do filho de Deus.
O evangelho de São Mateus conta que os magos foram guiados por uma estrela e ofertaram ouro, incenso e mirra ao recém-nascido.
Ainda de acordo com a história bíblica, o ouro e a mirra (planta cujo óleo tem propriedades terapêuticas e é usado também em rituais funerários) teriam sido importantes para os pais de Jesus quando, para protegê-lo, tiveram de fugir para o Egito.
Fonte: Brasil de fato.