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Tremores: Sete Lagoas e outras 4 cidades brasileiras estão localizadas em falhas geológicas

Por Dentro De Tudo:

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Afinal, o Brasil tem terremotos? Aprendemos que nosso país está localizado no centro de uma placa tectônica o que garante que o Brasil esteja livre de grandes tremores, mas não é raro ouvir relatos destes eventos em diversas cidades do território nacional.

Pequenos abalos podem, sim, ocorrer por aqui. Isso se deve ao fato de que na crosta terrestre existem as chamadas falhas geológicas. Estas falhas são fraturas em blocos de rochas causadas por compressão ou extensão devido à atividade tectônica.

Estes blocos podem se movimentar causando tremores de maior ou menor intensidade, a depender da falha. No Brasil, nenhuma das falhas apresenta o potencial de gerar um grande terremoto. Apesar disso várias delas são classificadas como falhas ativas – elas se movimentaram nos últimos 1,6 milhões de anos, durante o período geológico conhecido como Quaternário.

Falhas geológicas no Brasil

Um levantamento feito pela UFMG em parceria com o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) aponta um número de 48 falhas geológicas ativas no território brasileiro. O Canaltech lista cinco cidades, uma em cada região do país, que estão localizadas em algumas destas falhas.

Para cada uma, selecionamos todos os eventos sísmicos significativos registrados pelo Centro de Sismologia da USP em um raio de 200 km no intervalo de 2013 a 2023.

1. Cruzeiro do Sul – AC

O primeiro nome da lista é de um dos municípios mais a oeste de todo o território brasileiro: Cruzeiro do Sul, no estado do Acre. Pela sua localidade a cidade acaba sentindo os efeitos de terremotos mais fortes na região dos Andes. A grande distância, porém, faz com que a intensidade percebida pela população seja menor do que em cidades do Peru ou Chile.

Cruzeiro do Sul é uma das cidades brasileiras localizadas em falhas geológicas (Imagem: Agência de Notícias do Acre/Wikimedia Commons)

O município está próximo a Falha Batã-Cruzeiro. De acordo com os dados do Centro de Sismologia da USP, entre os 116 terremotos registrados nos últimos 10 anos, o maior chegou a 6,2 graus.

2. Sete Lagoas – MG

Minas Gerais é um dos estados com maior número de eventos sísmicos no Brasil, especialmente em seus municípios ao norte. Sete Lagoas está no centro do estado, mas sua posição geográfica entre duas falhas ativas – a Falha da Estrela e a Falha Cardeal Mota – faz dos tremores de terra um acontecimento relativamente comum.

A população de Sete Lagoas se assustou com um abalo sísmico nos últimos dias de 2022 (Imagem: Leandro Xavier/Wikimedia Commons)

Apesar de ter o maior número de ocorrências em nossa lista, 200 no total, nem todos os terremotos são sentidos pela população. Somente um passou dos 3 graus de magnitude.

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3. Curitiba – PR

Outras capitais brasileiras estão próximas a falhas geológicas, mas Curitiba é a única que aparece diretamente em cima de uma no levantamento de falhas quaternárias. A Zona de Cisalhamento de Cubatão cruza a cidade e se estende até o município que leva o mesmo nome no litoral paulista.

Curitiba está localizada na Zona de Cisalhamento de Cubatão (Imagem: Reprodução/twenty20photos/Envato)

São 157 tremores registrados na região nos últimos 10 anos. Bem como no restante do país, eles não costumam passar dos 3 graus de magnitude – o mais intenso, em 2013, chegou a 3,7 graus.

4. Miranda – MS

O Centro-Oeste brasileiro é a região que possui menos falhas geológicas no levantamento da UFMG e do USGS. A única que aparece no estado do Mato Grosso do Sul é a Falha de Coxim, que passa pelo município de Miranda.

Rio Miranda, no pantanal, banha a cidade de mesmo nome (Imagem: Cataleirxs/Wikimedia Commons)

A quantidade de tremores registrados também é a menor em nossa lista: apenas 20 constam no catálogo de sismos da USP.

5. João Câmara – RN

O nordeste brasileiro é a região do país com maior número das falhas mapeadas, sendo que somente o Rio Grande do Norte já abriga quatro delas, inclusive a maior de todas no território nacional. A Falha de Samambaia se estende por 38 quilômetros, cruzando municípios como João Câmara.

Casas destruídas por terremoto em João Câmara em 1986 (Imagem: Arquivo Público do Estado de SP/Wikimedia Commons)

São 157 tremores registrados na região nos últimos 10 anos. Bem como no restante do país, eles não costumam passar dos 3 graus de magnitude – o mais intenso, em 2013, chegou a 3,7 graus.

Quer saber mais?

As 48 principais falhas geológicas ativas no Brasil podem ser vistas no mapa disponibilizado pelo USGS. Para acompanhar os terremotos ao redor de todo o mundo, visite a página do Centro de Sismologia da USP. Lá também é possível consultar os eventos sísmicos nos locais e períodos desejados.

Fonte: Canaltech

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