Quatro anos após o rompimento da barragem da mina de Córrego do Feijão em Brumadinho, familiares das três vítimas ainda desaparecidas sentem crescer o sofrimento e a revolta diante do desastre que ceifou 272 vidas.
Sem corpos para enterrar até hoje, os parentes de Nathalia de Oliveira Porto Araújo, Maria de Lurdes Costa Bueno e Tiago Tadeu Mendes da Silva vivem um luto interminável enquanto esperam por justiça.
A auxiliar de departamento fiscal Tânia Queiroz, de 50 anos, é prima de Nathalia e relata sua dor diária ao lembrar da jovem estagiária da Vale que deixou dois filhos pequenos. A criança de 7 anos, filho de Nathalia, também sente saudade da mãe.
O único alento para as famílias é o trabalho incessante do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, que se empenha diariamente na busca das vítimas.
Familiares das vítimas ainda aguardam o julgamento dos indiciados pelo rompimento da barragem e temem que os culpados fiquem impunes.
O que diz a Vale
Em nota, a Vale declarou que ao menos um familiar de cada pessoa morta na tragédia já fechou acordo de indenização com a empresa. A mineradora afirmou ter prestado atendimento psicossocial a 3.300 pessoas, além de já ter desembolsado R$ 23 bilhões em projetos previstos no acordo de reparação firmado com o Estado.