Crimes de estelionato no mundo cibernético são cada vez mais comuns em Minas Gerais. Segundo levantamento da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), esse tipo de crime cresceu, em média, 75,9% entre 2018 e 2022, passando de 8,5 mil ocorrências em 2018 para mais de 38 mil no ano passado.
Nesse domingo (22), um jovem de 25 anos foi assaltado depois de marcar encontro com uma mulher pelas redes sociais em Santa Luzia, da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Chegando ao endereço marcado, ele foi surpreendido por dois homens, que o renderam e o levaram de volta para casa, onde roubaram uma televisão e um celular da vítima. O jovem ainda foi amarrado e amordaçado em uma avenida da cidade.
O chefe da Divisão Especializada de Investigação a Crimes Cibernéticos da Polícia Civil, Renato Guimarães, explica que esse golpe é conhecido como estelionato sentimental. Nele, os criminosos criam perfis falsos em redes sociais e sites de relacionamento, mas podem também ter um perfil real para desenvolver uma engenharia social para obter a confiança da vítima antes de cometer estelionatos pela internet.
“Uma outra modalidade desse golpe é quando o criminoso faz esse perfil totalmente falso, mas atrai a vítima para um local de encontro, onde ela é roubada, independentemente do gênero”, completa.
O delegado ressalta que, uma vez que o uso da internet é maior a cada ano, também aumenta a gama de criminosos que migra para o meio cibernético. Para além da extorsão no “falso primeiro encontro”, ele alerta para o uso constante de violência por parte dos golpistas.
“Uma dica geral é não confiar no que está sendo passado pela pessoa do outro lado, que você não conhece. Em situação de dúvida, converse com um parente ou amigo, porque você pode estar sendo enganado em uma relação amorosa que não existe”, aconselha.
Outra dica muito comum é marcar encontros em locais públicos. Entretanto, Guimarães explica que essa ideia pode não ser recomendada, uma vez que “a pessoa pode estar sendo monitorada antes mesmo de chegar, seja no deslocamento ou quando vai estacionar, por exemplo”. Até mesmo as chamadas de vídeo, apontadas por ele como alternativa interessante, precisam de cuidados, já que o uso de comparsas ajuda a enganar potenciais vítimas. “O recomendado é sempre estar atento a todos os sinais”, completa.
Quando não é possível prevenir esse tipo de crime, o delegado explica as melhores medidas a serem tomadas para combatê-lo. “No caso dos prejuízos financeiros, a primeira coisa é procurar a instituição de onde saiu o valor, porque pode haver mecanismo de devolução ou métodos de cancelamento”, explica.
Por outro lado, quando há agressão ou qualquer outro tipo de violência física, a orientação é procurar uma unidade de saúde imediatamente. “Depois disso, sempre registre boletim de ocorrência”, conclui.
Fonte: Itatiaia.