A Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) registrou nos últimos meses, durante o período de intensas chuvas, um aumento de 40% no extravasamento na rede de esgoto nos municípios da região metropolitana de Belo Horizonte. A Companhia atende, em média, 145 reclamações por dia nos períodos secos e, desde outubro de 2021, esse número subiu para cerca de 205 chamados diários.
A explicação está no lançamento irregular de águas de chuva nas redes de esgoto, que contribuem para o refluxo no interior de imóveis, esgoto a céu aberto que escorre pelas vias públicas e, consequentemente, para os cursos d’água. Ainda pode acarretar erosões nessas vias e taludes de terrenos pelos quais passam as redes.
As tubulações dos sistemas de esgotamento não são dimensionadas para as vazões de águas de chuva e, assim, quando ocorre o lançamento irregular de águas das chuvas nas ligações de esgoto, as redes coletoras não têm capacidade para transportar o volume de esgoto mais águas de chuvas e ocorre o extravasamento.
“As redes de esgoto não foram projetadas para receber água da chuva. Fazer uma ligação irregular para escoar água pluvial por meio das redes coletoras pode causar refluxo, fazendo com que o esgoto retorne para dentro da residência. Além disso, também pode levar ao estouro da tubulação e ao deslocamento das tampas de bueiros no meio das ruas, causando acidentes”, explica Simone Neves Gonçalves, gerente regional Belo Horizonte Oeste.
Outras causas de extravasamento de esgoto, principalmente em períodos secos, ocorrem geralmente devido a entupimentos, causados pelo lançamento de resíduos sólidos indevidamente nas redes do sistema de esgotamento, tais como gordura e óleo de cozinha, cabelo, absorventes e fraldas descartáveis, cotonetes, guimbas de cigarro, preservativos, dentre outros.
A Copasa possui ainda um levantamento dos imóveis que não estão conectados às redes de esgoto e está elaborando trabalhos para identificar imóveis que realizam o lançamento irregular de águas de chuva nas ligações de esgoto.