A cada nove minutos, uma casa é invadida em Minas Gerais, seja para roubo, seja para furto. De acordo com dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), foram registrados 13.730 roubos a residências no Estado neste ano, além de 424 furtos (total de 14.454). Nessa segunda-feira (17), por exemplo, uma mulher foi surpreendida por um homem que se passou por entregador de um site de comércio eletrônico para invadir a residência dela no bairro Havaí, na região Oeste de Belo Horizonte.
Especialistas em segurança destacam que esse tipo de crime é muito comum por pelo menos duas razões. A primeira delas é que as casas, geralmente, guardam vários objetos de valor, como televisores e computadores. Já a segunda razão tem a ver com o fator “oportunidade”: como muitas residências ficam vazias por boa parte do dia, isso acaba atraindo os criminosos.
O especialista em segurança Luís Flávio Sapori destaca que os furtos e roubos a casas são um crime de “especialização”. Isso quer dizer que envolve “técnicas e habilidades” desenvolvidas pelos bandidos.
Conforme Sapori afirma, essas pessoas podem agir sozinhas, em duplas ou trios, por exemplo. Os perfis são variados, mas há certos padrões de comportamento: a vigilância — ou seja, os criminosos costumam observar os horários mais vulneráveis — e a “destreza” para driblar obstáculos.
“Muitas vezes, os criminosos aproveitam um descuido de um morador, que deixa um portão aberto, por exemplo. Esses indivíduos identificam residências que apresentam maior vulnerabilidade. É fácil compreender por que esse tipo de crime é comum: residências, principalmente em bairros de classe média e alta, costumam guardar objetos de valor, como dinheiro, computador, joias e veículos”, diz Sapori.
Justamente por ser um crime que, em geral, é cometido após a vigilância feita pelo criminoso, os horários mais comuns de eles acontecerem são durante o dia, conforme o especialista em segurança Arnaldo Conde. De acordo com ele, esse tipo de bandido prefere agir em horário comercial, quando, em geral, as residências estão vazias. Férias e feriados também são um período propício.
“A imensa maioria das pessoas que pratica esse tipo de crime aproveita o momento em que as famílias estão nas ruas. Os confrontos são menos comuns nessa situação”, afirma ele.
Como se proteger
A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) criou uma lista com alguns dos principais cuidados para garantir a segurança nas residências. Um deles é não manter a luz acesa durante o dia, já que isso é um indicativo de que não há pessoas em casa. Não deixar o cadeado do lado de fora do portão, e não manter janelas sem grade abertas são outros pontos que merecem atenção.
Além disso, o especialista em segurança Arnaldo Conde afirma que uma casa bem iluminada e organizada também inibe a ação de criminosos. “Outro passo importante é conversar com os vizinhos, avisá-los quando for sair de casa. A ocupação dos espaços também é importante”, explica.
O especialista em segurança Luís Flávio Sapori afirma ainda que deve-se equipar as residências com câmeras, alarmes e sensores para maior proteção do imóvel.
Fonte: O Tempo.