É mais barato, sustentável e um bom negócio – tanto para quem compra quanto para quem vende. O mercado de roupas e acessórios usados está na moda e sustenta mais que o meio ambiente.
Uma das provas disso é que as apostas no comércio varejista de segunda mão estão em alta. Minas Gerais já concentra mais de 3 mil brechós. Levantamento do Sebrae Minas com base em dados da Junta Comercial do Estado (Jucemg) mostra que somente nos últimos três anos quase 2 mil pequenos negócios do segmento de usados foram abertos em território mineiro. Na capital estão cerca de 600 estabelecimentos, sendo que 400 abriram portas de 2019 a 2022.
Rafaella Gregório está no grupo dos que investiram recentemente no ramo. Desde 2021, tem um brechó no bairro Prado, região Oeste de BH, onde vende roupas e acessórios femininos, cerca de 30% mais barato. No último ano as vendas cresceram 40%, segundo ela.
“É um mercado que se tiver um bom investimento e uma boa qualidade você consegue esses números”, crava. Para 2023, a expectativa é boa, diz Rafaella, que já planeja ampliar as vendas pela web.
Com o crescimento do mercado de reuso, principalmente durante a pandemia, nasceu no Sebrae Minas o Moda Brechó, programa que oferece capacitações em gestão, finanças e marketing, além de incentivo à formalização. Além disso, empreendedores do ramo – maioria mulheres – aprendem estratégias de relacionamento com o cliente, marketing digital e técnicas de vendas.
“Muitas pessoas começam a atuar neste segmento por hobby. O objetivo do projeto é fazer com que elas se reconheçam como empreendedores e estejam preparadas para se diferenciar e crescer neste mercado”, afirma o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas, Marcelo de Souza e Silva.
Este ano, o Moda Brechó também vai promover três caravanas com a participação de influenciadores digitais, jornalistas e formadores de opinião que irão visitar brechós da capital já capacitados pelo projeto. A primeira aconteceu na última semana.
As outras duas comitivas estão previstas ainda para maio e junho. Durante as visitas, os participantes vão conhecer as histórias e experiências da atuação dos empreendedores no mercado de usados, e os resultados obtidos com o programa de incentivo e capacitação.
“Será grande oportunidade para que esses pequenos negócios divulguem suas marcas, impulsionando a economia circular e o consumo de produtos usados e com preços mais acessíveis”, explica Marcelo de Souza.
* Com Pedro Faria/Hoje em Dia.