De acordo com dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) de Minas Gerais, o número de furtos no estado aumentou de 2021 para 2022, subindo de 213.169 para 238.404 ocorrências, sendo que em Belo Horizonte o salto foi ainda maior, de 52.986 para 66.613 (25,7%). No comparativo de janeiro a março de 2022 e de 2023, o aumento em Minas Gerais foi de 6% e na capital disparou 32%.
A própria Polícia Militar se encontra em dificuldades para o enfrentamento do crime, com “o sentimento de que a areia escorre pelos dedos”, segundo oficiais confessaram para a reportagem, que teve acesso com exclusividade ao resultado do relatório de Gestão de Desempenho Operacional (GDO) da corporação de 2022. Segundo esse documento interno que nunca é divulgado, das 19 Regiões Militares do estado 15 ultrapassaram a meta de ocorrências de furtos, o pior deles sendo Belo Horizonte, onde o limiar tolerado foi extrapolado em 25%.
Apenas os batalhões das regiões de Uberaba, Governador Valadares, Teófilo Otoni e Sete Lagoas cumpriram a meta e apresentaram baixos índices desse tipo de crime.
O Balanço da GDO permite ainda ver que dentro de Belo Horizonte todos os oito batalhões listados excederam as metas estabelecidas para o controle dos furtos em suas áreas, sendo o pior aquele que é o maior deles, o 34º Batalhão, que atende às Regiões Noroeste e Pampulha, além de várias outras, totalizando 65 bairros. Na sequência vêm o 22º (Centro-Sul) e o 1º (Hipercentro e perímetro da Avenida do Contorno) batalhões.
Os furtos listados nessas estatísticas se referem a residências, comércios e a transeuntes (pedestres). Em apuração nas unidades policiais mais fragilizadas, a reportagem pôde constatar que os tipos de furtos são diferentes em cada região atendida pelos batalhões de BH. Na área do 34º Batalhão, por exemplo, se destacam os furtos a residências, sendo mais grave a situação nos bairros Sagrada Família, Padre Eustáquio e Caiçara.
PM diz que realiza ações repressivas
A Polícia Militar de Minas (PMMG) informa que realiza, diariamente, em todo estado, ações repressivas que resultam em prisões de indivíduos contumazes em furtos e roubos. “Como, por exemplo, as voltadas ao combate à receptação de objetos provenientes desses crimes, além de atuações preventivas, como operação presença em pontos estratégicos e distribuição de dicas de segurança à comerciantes e população em geral”.
A PMMG ressalta a importância de medidas de autoproteção para que o cidadão não se torne vítima em potencial dos infratores, que se aproveitam da distração para praticar delitos. “Em caso de emergência, acione a Polícia Militar, via 190, imediatamente”. Em relação ao GDO, a PMMG informa que esta é uma ferramenta interna utilizada pela corporação. “A partir de metas estipuladas ano a ano e que tem contribuído para a redução contínua da criminalidade violenta, em especial os índices de homicídios, fazendo de Minas Gerais o estado mais seguro do país”.
A Polícia Civil informou, apenas, que “atua, dentro das atribuições de polícia judiciária, em investigações relacionadas a furtos e à identificação de pessoas envolvidas em atos criminosos. Além do trabalho investigativo, que tem como alvo indivíduos participantes da prática de furtos e outros que adquirem ilegalmente o material furtado, a PCMG realiza operações em todo o Estado com a finalidade de combater as incidências desse tipo de crime”.
Fonte: Estado de Minas.



















